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O presidente Jair Bolsonaro se reunirá, nesta quarta-feira (13), em Brasília, com os líderes do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A programação da 11ª Cúpula do Brics vai até esta quinta (14) no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Na pauta da cúpula então temas como futuro do bloco, crise na Venezuela, crise na Bolívia, série de protestos em Hong Kong e na Caxemira, além das mudanças climáticas. Bolsonaro também terá reuniões separadas com cada chefe de Estado ou de governo do bloco.
Além de Bolsonaro, participarão do encontro do Brics:
- Vladimir Putin, presidente da Rússia
- Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia
- Xi Jinping, presidente da China
- Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul
Fundado em 2006 como Bric, o bloco de países emergentes incluiu a África do Sul em 2011 e passou a se chamar Brics. Desde 2009, os líderes do grupo se reúnem anualmente.
Além dos encontros dos chefes de Estado e de governo do bloco, Brasília recebeu neste ano o fórum empresarial do Brics, com empresários, investidores e representantes dos países.
O governo brasileiro decidiu, contudo, suspender os eventos paralelos à cúpula que, desde 2013, convidavam países de fora do Brics para debates ampliados. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a mudança serviu para “concentrar esforços nos temas internos do bloco”.
Venezuela e Bolívia
O Brasil deve aproveitar a cúpula do Brics para tentar enfraquecer o apoio ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Dos cinco países do bloco, somente o Brasil reconhece o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente do país. Essa foi a mesma oposição dos Estados Unidos.
Atualmente, Rússia e China são os principais parceiros externos de Maduro.
A crise na Bolívia, com a renúncia de Evo Moraes, também deverá ser debatida no encontro. China e Rússia mantinham relações próximas com Evo e já usaram o termo “golpe” em referência aos questionamentos à reeleição dele. Bolsonaro, por exemplo, questionou a reeleição.
Mudanças climáticas
A reunião do Brics também deverá discutir as mudanças climáticas. Os cinco países são signatários do Acordo de Paris e adotaram metas voluntárias de redução das emissões de carbono.
Nos últimos meses, Rússia e China criticaram a decisão dos Estados Unidos de deixar acordo. O atual governo brasileiro é alinhado ao governo de Donald Trump, e Bolsonaro já criticou o acordo diversas vezes.
Desafios do Brics
Um dos desafios da cúpula é viabilizar a relevância do bloco no contexto global. Em entrevista à BBC News Brasil, o economista britânico Jim O’Neill questionou o resultado práticos das reuniões dos países e defendeu ações conjuntas para problemas que têm em comum.
“Eles geralmente parecem desfrutar apenas do simbolismo da reunião, em vez de realmente adotar políticas. Eu disse a um amigo na semana passada: ‘Alguém notaria se não houvesse reunião do Brics?’”, afirmou.
Na área econômica, uma das principais ações foi a criação, em 2014, do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, que terá um escritório regional no Brasil.
O chanceler Ernesto Araújo declarou em julho que o investimento do banco em infraestrutura está abaixo do esperado. A expectativa era de que houvesse liberação de mais de US$ 1 bilhão, porém, na prática, foram cerca de US$ 600 milhões.
Por G1