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A Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou indícios de que o pagamento irregular do Auxílio Emergencial de R$ 300 pode ter chegado a R$ 808,9 milhões em 2020. O auxílio durou por quatro meses.
Ao mesmo tempo, a CGU identificou famílias que não receberam todas as parcelas a que tinham direito.
Em relatório do final de 2021, o órgão avaliou que 1,8 milhão de pessoas podem ter recebido as parcelas indevidamente – o número equivale a 3,2% do total de 56,8 milhões dos beneficiários.
O governo federal pagou Auxílio Emergencial no valor de R$ 600 mensais no início da pandemia, entre abril e agosto de 2020. Depois, prorrogou o benefício por 4 meses em valor menor, de R$ 300.
Essa extensão foi analisada por uma auditoria da CGU por meio de cruzamento de dados.
O relatório publicado em dezembro de 2021 aponta que, entre os beneficiários do programa, havia:
- Cerca de 15,7 mil pessoas com indicativo de óbito;
- Mais de 38,2 mil presos em regime fechado;
- Aproximadamente 16,7 mil residentes no exterior;
- Quase 822 mil trabalhadores com vínculo formal de emprego;
- Quase 240 mil famílias com renda mensal superior ao limite;
- Cerca de 18 mil famílias com mais de um beneficiário;
- 75,6 mil pessoas que receberam mais parcelas do que o programa permitia;
- mais de 160,6 mil pessoas que recebiam um benefício do INSS simultaneamente, e
- 442,2 mil beneficiários que receberam o Bolsa Família ao mesmo tempo em valor acima do teto.
Como consequência, o Ministério da Cidadania passou a adotar ações preventivas para suspender, bloquear ou cancelar benefícios com indicativo de irregularidades. Porém, segundo a CGU, parte dos beneficiários receberam menos parcelas – e a situação deles é “relacionada quase integralmente” às ações preventivas do ministério.
O relatório também aponta que parte dos benefícios irregulares nessa etapa do Auxílio Emergencial foram devolvidos à União. Somados, devoluções e estornos dos valores não sacados totalizaram R$ 44,4 milhões.
Deduzindo o valor que voltou aos cofres públicos, os pagamentos indevidos que exigem “adoção de providências pelo Ministério da Cidadania” somam R$ 764,5 milhões.