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O Brasil e a Argentina estão iniciando estudos preparatórios para o desenvolvimento de uma moeda comum, informou o Financial Times, neste sábado (21). Segundo o veículo, os dois países discutirão o plano em um encontro em Buenos Aires.
Segundo o jornal, o foco inicial será em como uma nova moeda, que o Brasil sugere chamar de “sur” (sul), poderia impulsionar o comércio regional e reduzir a dependência do dólar americano.
A princípio, seria executado em paralelo com o real brasileiro e o peso argentino. “Haverá . uma decisão de começar a estudar os parâmetros necessários para uma moeda comum, que inclui desde questões fiscais até o tamanho da economia e o papel dos bancos centrais”, disse o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, ao Financial Times. “Seria um estudo de mecanismos de integração comercial”, acrescentou.
“Não quero criar falsas expectativas. . . é o primeiro passo de um longo caminho que a América Latina deve percorrer.” Inicialmente um projeto bilateral, a iniciativa seria oferecida a outras nações da América Latina. “São Argentina e Brasil convidando o restante da região”, disse o ministro argentino.
Uma união monetária que abrangesse toda a América Latina representaria cerca de 5% do PIB global, estima o Financial Times. A maior união monetária do mundo, o euro, abrange cerca de 14% do PIB global quando medido em dólares.
Outros blocos monetários incluem o franco CFA , usado por alguns países africanos e atrelado ao euro, e o dólar do Caribe Oriental. No entanto, estes abrangem uma fatia muito menor da produção econômica global.
O projeto provavelmente levará muitos anos para se concretizar; Massa observou que a Europa levou 35 anos para criar o euro.
Um anúncio oficial é esperado durante a visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, que viaja neste domingo (22), em sua primeira viagem internacional desde que assumiu o poder em 1º de janeiro.