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Segundo informações do Exército de Seul, na madrugada de quinta-feira, a Coreia do Norte lançou uma salva de mísseis balísticos de curto alcance, horas após enviar centenas de balões cheios de lixo através da fronteira para punir a Coreia do Sul.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul relatou que detectou o lançamento de “cerca de 10 mísseis balísticos de curto alcance”, disparados nas águas a leste da península coreana.
Os mísseis voaram cerca de 350 quilômetros, segundo Seul, que acrescentou que está analisando os detalhes em conjunto com Estados Unidos e Japão. O lançamento foi uma “provocação que ameaça seriamente a paz e a estabilidade na península coreana”, acrescentou.
A Guarda Costeira do Japão e o gabinete do primeiro-ministro japonês também confirmaram o lançamento e disseram que estão buscando mais informações.
Na quarta-feira, Pyongyang enviou balões cheios de lixo, papel higiênico e supostas fezes de animais para o Sul, e os militares de Seul criticaram Pyongyang por suas ações de “baixo nível”.
O Norte havia advertido durante o fim de semana que banharia as zonas fronteiriças em “montes de papel de despejo e sujeira” para punir Seul.
Kim Yo Jong, a poderosa irmã do ditador norte-coreano Kim Jong-un, zombou dos “duendes da democracia liberal” de Seul por reclamarem dos balões, e prometeu que poderia haver mais.
A salva de mísseis balísticos ocorre também poucos dias após a última tentativa da Coreia do Norte de colocar em órbita um satélite espião terminar na segunda-feira em uma explosão em pleno voo.
A Coreia do Norte declarou na noite de segunda-feira que o foguete que transportava seu satélite de reconhecimento “Malligyong-1-1” explodiu minutos após o lançamento devido a um suposto problema no motor.
O lançamento de um satélite de reconhecimento é há muito tempo uma das principais prioridades do regime de Kim, que afirmou tê-lo conseguido em novembro, após duas tentativas fracassadas no ano passado.
Num discurso divulgado pela Agência Central de Notícias da Coreia na noite de quarta-feira, Kim afirmou que o país não se deixava intimidar pelo recente lançamento fracassado do satélite.
“Ainda que não tenhamos alcançado os resultados que esperávamos no recente lançamento do satélite de reconhecimento, nunca devemos nos sentir assustados ou desanimados, mas nos esforçar ainda mais”, disse. “É natural que se aprenda mais e se progrida mais após experimentar um fracasso”, disse, segundo a transcrição do discurso, pronunciado na Academia de Ciências da Defesa.
Reunião da ONU
A Coreia do Norte, que possui armas nucleares, é proibida por várias resoluções da ONU de realizar testes com tecnologia balística, e os analistas afirmam que existe uma importante sobreposição tecnológica entre as capacidades de lançamento espacial e o desenvolvimento de mísseis balísticos.
O lançamento de segunda-feira foi amplamente condenado, inclusive por Seul, Tóquio e Washington. Está previsto que o Conselho de Segurança da ONU se reúna na sexta-feira para debater o incidente.
Na madrugada de quinta-feira, a Coreia do Norte emitiu um comunicado advertindo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, de que poderia ser “o secretário-geral com menos espírito e vontade da história das Nações Unidas”.
Pyongyang disse que tinha que expressar sua “profunda preocupação com o fato de que o Conselho de Segurança vá convocar novamente uma reunião aberta para questionar o lançamento legítimo de um satélite pela Coreia do Norte”, segundo o comunicado de Kim Son Gyong, funcionário do Ministério de Relações Exteriores norte-coreano.
Para o Norte, “o lançamento de um satélite de reconhecimento militar é uma empreitada inevitável para reforçar o poder de autodefesa”, acrescentou.
Seul afirma que Kim recebeu assistência técnica russa para seu lançamento bem-sucedido em novembro em troca de enviar contêineres de armas a Moscou para uso na Ucrânia.
(Com informações da AFP)