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Uma combinação de notícias favoráveis a ativos de risco fez o Ibovespa se aproximar dos 112 mil pontos nesta terça-feira, patamar inédito desde fevereiro, antes do agravamento da pandemia de Covid-19 e seus reflexos nocivos na economia.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa fechou em alta de 2,3%, a 111.399,91 pontos, maior nível de fechamento desde 21 de fevereiro, sexta-feira de Carnaval.
Foi na volta do recesso para o evento que a bolsa paulista enfrentou o cataclisma atrelado ao coronavírus, com o Ibovespa chegando a despencar mais de 45% em menos de 20 pregões, atingindo a mínima do ano, perto de 60 mil pontos.
Dezembro, contudo, começou com forte viés comprador, ajudado por novos anúncios promissores sobre vacinas contra a Covid-19 e dados positivos na China.
“É uma tragédia norte-americana e é essencial que avancemos com urgência. A passividade produzirá uma crise que se retroalimenta, causando ainda mais devastação”, disse Yellen, referendando a recepção positiva de agentes financeiros desde que seu nome foi ventilado para o cargo no novo governo.
Wall Street endossou o otimismo no pregão brasileiro, com o S&P 500 fechando em alta de mais de 1%, a 3.662,45 pontos, nova máxima histórica.
No cenário brasileiro, o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, chamou a atenção para a fala do presidente Jair Bolsonaro, sinalizando que o governo não pretende estender o auxílio emergencial criado durante a pandemia.
“Temos internamente os nossos problemas. Ajudamos o povo do Brasil com alguns projetos por ocasião da pandemia. Alguns querem perpetuar tais benefícios. Ninguém vive dessa forma”, disse Bolsonaro em discurso ao visitar obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, em Foz do Iguaçu.
“Foi a grande surpresa do dia… Acaba aliviando o estresse do mercado quanto ao rumo do fiscal”, acrescentou Ribeiro.
Em sua carteira recomendada para o mês, a equipe da BB Investimentos ressaltou que a expectativa para dezembro, que se modificou positivamente ao longo de novembro, tenderá a continuar favorável caso prossiga o ingresso de capital estrangeiro, que impulsionou o mercado acionário doméstico.
Em novembro até dia 27, dado mais recente da B3, o saldo de capital externo no segmento Bovespa estava positivo em 32,67 bilhões de reais. Isso reduziu a saídas líquida no acumulado do ano para 52,21 bilhões de reais.
A terça-feira ainda contou com a primeira prévia do Ibovespa que irá vigorar nos primeiros quatro meses de 2021, com a entrada de Eneva, JHSF e Unidas e nenhuma exclusão. A B3 ainda divulgará outras duas preliminares para o índice.
O volume financeiro na bolsa paulista nesta terça-feira somou 38,5 bilhões de reais.
*Com informações de Reuters