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A inflação na zona do euro bateu outro recorde em julho, mantendo a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para promover outra alta expressiva da taxa de juros em setembro.
Os dados do Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia (UE), nesta sexta-feira (29).
O aumento dos preços ao consumidor nos 19 países que compartilham o euro acelerou para 8,9% em julho, de 8,6% no mês anterior, muito acima das expectativas de 8,6% e bem acima da meta de 2% do BCE.
A inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, acelerou para 5,0% de 4,6%, mais que o dobro da meta de 2% do BCE.
Uma medida ainda mais restrita, que exclui álcool e tabaco, subiu de 3,7% para 4,0%.
A inflação inicialmente foi impulsionada por gargalos de oferta pós-pandemia, porém, mais recentemente, as consequências da guerra da Rússia na Ucrânia têm sido as principais culpadas, ao pressionarem os preços de energia, metais e alimentos.
Embora os altos preços da energia continuem sendo um importante fator inflacionário, os preços dos alimentos processados e dos serviços também subiram, sugerindo que a inflação está se tornando cada vez mais ampla.
Temendo que o crescimento dos preços esteja fora de controle, o BCE elevou as taxas em 50 pontos-base este mês, quebrando sua própria orientação para um movimento menor, e prometeu mais aumentos de taxas para evitar o início de uma espiral de preços-salário difícil de quebrar.
Mas a inflação também é um dilema para o banco. Os custos altíssimos de alimentos e energia esgotam as economias e, em última análise, retardam o crescimento, possivelmente levando o bloco à recessão, na pior das hipóteses.
O BCE se reunirá em 8 de setembro.