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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (20/09), a nota sobre o Desempenho Recente do Mercado de Trabalho e Perspectivas, que aponta uma melhora generalizada na ocupação, abrangendo todas as regiões, todos os segmentos etários e educacionais e quase todos os setores da economia. Dados mensais calculados pelo Ipea, a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, em julho, houve aumento de 7,5% no contingente de ocupados (que chegou a 100,2 milhões de pessoas), na comparação com o mesmo período de 2021.
Esta alta da ocupação vem sendo o principal fator responsável pela melhora na taxa de desocupação, que recuou pelo décimo quarto mês consecutivo, chegando a 8,9% em julho, o menor patamar desde julho de 2015. A população desocupada recuou 28,7% entre julho de 2021 e 2022 – quase 4 milhões a menos –, passando de 13,6 milhões para 9,7 milhões.
O cálculo dos fluxos de transição dos indivíduos no mercado de trabalho indica que o aumento da população ocupada se deve à redução do fluxo de saída da ocupação, que recuou entre o 1º e o 2º trimestres de 2022. Essa queda no fluxo de saída no segundo trimestre de 2022 é explicada tanto pelo recuo no fluxo da ocupação para o desemprego – que passou de 2,3% para 1,7% –, quanto pelo fluxo de saída da ocupação para a inatividade – que caiu de 4,8% para 4,2%.
O estudo mostra ainda que, no segundo trimestre de 2022, o aumento da ocupação ocorreu de forma mais intensa entre os trabalhadores mais jovens (15,1%) e os mais idosos (18,0%). No que diz respeito à escolaridade, a queda mais acentuada da taxa de desocupação, novamente, aconteceu entre os trabalhadores com ensino superior, cuja alta da ocupação (4,1%) foi maior que a observada na força de trabalho (0,2%). A análise setorial revela que, à exceção dos grupos “agricultura” e “administração pública”, todos os demais setores pesquisados pelo IBGE apresentaram, no segundo trimestre de 2022, crescimento interanual da ocupação, com destaque para os segmentos de “alojamento e alimentação” (19,9%) e “serviços pessoais” (15,0%).
Os indicadores de subocupação e desalento ratificam o cenário de recuperação do mercado de trabalho. No mês de julho, os trabalhadores que se declararam subocupados correspondiam a 6,1% do total da ocupação, ou seja, resultado 2,2 pontos percentuais inferior ao registrado em julho de 2021. Por sua vez, a proporção de desalentados em relação à população fora da força de trabalho recuou de 4,4% para 3,6% entre julho de 2021 e de 2022.
A melhora do mercado de trabalho ocorre também de forma qualitativa, tendo em vista que, embora a maior parte das novas vagas ainda esteja sendo gerada nos segmentos informais da economia, é clara a trajetória de forte crescimento do emprego formal. No trimestre móvel encerrado em julho, de acordo com a PNAD Contínua, o contingente de trabalhadores sem carteira no setor privado cresceu 19,8%, enquanto o de ocupados com carteira no mesmo setor avançou 10%, na comparação interanual.