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Nesta quarta-feira (19), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou que a inflação no Brasil tem caído de forma mais lenta que o esperado, mesmo com a taxa básica de juros da economia, a Selic, em um patamar alto.
“Olhamos muitas coisas e cruzamos muitos dados. Mas a realidade é que a queda da inflação é mais lenta do que esperávamos, considerando o patamar da taxa real de juros no Brasil. O que nos diz que a batalha não foi vencida e temos que persistir”, disse Campos Neto durante conferência com investidores internacionais.
Considerado a inflação oficial do país, o IPCA fechou março em alta de 0,71% e acumulado de 4,65% em 12 meses, o menor desde 2021.
No evento, o presidente do BC foi questionado por um investidor sobre o motivo para o órgão levar em conta expectativas de especialistas que apontam uma inflação futura mais alta e, supostamente, não levar em conta os dados atuais de mercado que indicam uma trajetória mais favorável.
De acordo com Campos Neto, a avaliação do BC é de que a inflação acumulada mais baixa, registrada atualmente, ainda está “contaminada” pelas medidas adotadas pelo Governo Bolsonaro em 2022, durante o período eleitoral.
“O índice bruto de inflação está ‘poluído’ pelas mudanças na tributação de gasolina, energia e gás. Quando olhamos para o cerne da inflação, está levemente abaixo dos 8%, o que é muito alto. […] Quando falamos em expectativa, precisamos de 6 a 12 meses para amadurecer a tomada de decisão”, disse Campos Neto.
“O fato de a inflação projetada estar acima da meta é um sinal de alerta, de que precisamos olhar a questão mais de perto”, completou o presidente do BC.
Campos Neto ressalvou que a preocupação não é exclusiva do Brasil e que o processo de queda da inflação é também mais lento que o esperado em outras economias.
“Quando você olha o núcleo da inflação, o ritmo é lento. Está caindo, mas em um ritmo muito lento. E isso é um consenso entre vários bancos centrais, provavelmente significa que o trabalho não terminou e precisamos insistir”, disse Neto.