Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O real está entre as dez moedas que mais perderam valor frente ao dólar em 2024, segundo um levantamento da agência classificadora de risco Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC).
A moeda brasileira subiu duas posições em um ranking de 118 países, alcançando a 7ª colocação entre as que mais se desvalorizaram, após acumular uma queda de 9,5% no ano até o fechamento dos mercados na terça-feira (11).
No mesmo dia, o dólar comercial subiu para R$ 5,36, o maior valor desde novembro de 2022. Para a elaboração do ranking, a Austin Rating considerou as taxas de câmbio de referência Ptax, divulgadas diariamente pelo BC, onde o dólar encerrou a terça-feira cotado a R$ 5,35.
Segundo o levantamento, a moeda nigeriana é a que mais se desvalorizou frente ao dólar em 2024, com perdas de 42,8%. Em seguida, vêm as moedas do Egito e do Sudão do Sul, com quedas de 35% e 29,9%, respectivamente.
Na outra ponta, a moeda do Quênia se valorizou 21,2% no ano, seguida pelas moedas do Sri Lanka e da Armênia, que avançaram 6,8% e 4,3%, respectivamente.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, explica: “Entre os países com pior desempenho que o Brasil, estão a Argentina, em crise econômica, e nações com conflitos civis, como Nigéria, Egito, Sudão do Sul e Gana. Já o Japão teve um bom desempenho, mas agora se desvalorizou por ter uma base fraca.”
Ranking:
1 – Nigéria,
2 – Egito,
3- Sudão do Sul,
4 – Gana
5 – Argentina
6- Japão
7- Brasil
8 – Turquia
9 – México
10 – Suíça
Por que o dólar está em alta?
**Política monetária dos EUA:** As mudanças nas sinalizações do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, sobre a condução dos juros ajudam a explicar a força do dólar em 2024. Sinais de um mercado de trabalho aquecido e atividade econômica forte trouxeram preocupações ao Fed sobre a trajetória da inflação, postergando o início do ciclo de cortes de juros.
**Balança comercial brasileira:** A piora da balança comercial brasileira também influenciou. No ano passado, a balança comercial ultrapassou os US$ 98 bilhões, o maior valor da série histórica, levando a uma eventual correção de mercado. Quando as exportações superam as importações, o Brasil recebe mais dólares, reduzindo o preço da moeda. Quando ocorre o inverso, o preço do dólar sobe.
**Quadro fiscal do Brasil:** O quadro fiscal brasileiro tem sido considerado pelos economistas como um fator de desvalorização do real. Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma nova previsão de déficit zero para 2025, ao invés do superávit de 0,5% do PIB previsto anteriormente.
**Escalada de conflitos:** A escalada de conflitos internacionais, como o ataque do Irã a Israel em abril, elevou os receios de agravamento dos conflitos no Oriente Médio. O aumento dos
conflitos também leva investidores a buscar refúgio no dólar, considerado um investimento seguro, o que valoriza a moeda norte-americana e desvaloriza as moedas emergentes.