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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano, encerrando o ciclo de reduções iniciado em agosto do ano anterior, quando a taxa estava em 13,75%. A decisão foi tomada de forma unânime pelos nove membros do colegiado e reflete um cenário doméstico de atividade econômica resiliente, projeções inflacionárias elevadas e expectativas incertas no cenário global.
Segundo análise realizada por Jason Vieira e divulgada na plataforma MoneYou, o Brasil agora ocupa o segundo lugar entre 40 países com os maiores juros reais, calculados em aproximadamente 6,79% ao ano. Este índice considera a taxa de juros descontada da inflação projetada para os próximos 12 meses, que é de 3,96% conforme dados coletados pelo Boletim Focus, além das taxas de juros futuros estimadas pelo mercado para o mesmo período.
A manutenção da Selic neste patamar visa não apenas consolidar o processo de desinflação, mas também ancorar as expectativas em torno das metas estabelecidas pelo BC. Esta foi a primeira vez em sete reuniões que não houve alteração na taxa de juros, deixando-a no menor nível desde o final de 2021.
A decisão do Copom acontece em um contexto de crescente desconfiança do mercado quanto à capacidade do governo em cumprir as metas fiscais, o que tem contribuído para um aumento nas expectativas de inflação e uma mudança nas projeções para a taxa Selic, que agora indicam um possível encerramento de 2024 com a taxa em 10,5%.