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O treinador de futebol Vanderlei Luxemburgo anunciou nesta sexta-feira (5), em uma longa carta aberta, sua desistência ao Senado, representando o estado do Tocantins, nas eleições de 2022. Ele se filiou ao PSB com a intenção de disputar a vaga do Tocantins ao senado, mas acabou sendo substituído de última hora pelo ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha.
“As atitudes do presidente do PSB Tocantins mancham a história do Partido Socialista Brasiliero com uma postura ditatorial e rasteira”, disse ele em rede social.
Segundo Luxemburgo, a possibilidade de alteração no quadro não foi pautada no diálogo e, sim, na pressão para que declinasse da candidatura.
Eis a declaração de Luxemburgo:
CARTA ABERTA AO POVO TOCANTINENSE
Caros amigos e amigas,
A maioria de vocês me conhece pela minha atuação como técnico de futebol, mas me permitam hoje contar um pouco da minha relação com esse estado que eu tanto amo.
Há 18 anos, vim ao Tocantins pela primeira vez. O encanto pelo seu povo e pela sua cultura foi imediato. Decidi investir e morar aqui com minha família, e de alguma forma contribuir com meu conhecimento a esta terra tão rica e cheia de oportunidades.
Com a decisão de morar em Palmas, construí uma relação com a cidade e decidi contribuir de uma nova forma – através da política. Uma das minhas grandes vontades é colaborar para tornar o Tocantins um ambiente propício ao empreendedorismo, e um estado que valorize a sua juventude fortalecendo os jovens através do esporte e educação.
Recebi o convite para me filiar ao PSB e com a autorreforma do partido enxerguei um grupo que se preocupa com as mesmas questões que eu, e que foi capaz de olhar pra si e fazer as mudanças necessárias.
Quando ingressei no partido, ouvi que eu podia “ser candidato ao que quisesse”, mas encontramos de forma coletiva o Senado como a alternativa, e como eu poderia contribuir com o partido e com o nosso estado.
Vale reforçar que a candidatura ao Senado teve o aval da presidência estadual, através de Carlos Amastha, e da nacional do partido, através de Carlos Siqueira, e com isso, passei a caminhar pelo Tocantins. Construí alianças e desenhei um projeto pautado pela renovação e inovação e fui muito bem recebido por onde passei.
Nesses seis meses de caminhada, em nenhum momento eu fui convidado pelo PSB Tocantins para discutir qualquer mudança nas chapas majoritária ou proporcional. Eu confesso a vocês que não sei em que momento a minha candidatura ao Senado começou a ser descartada.
Estive em Brasília diversas vezes, com os presidentes nacional e estadual e tudo parecia certo para esse projeto que se tornou uma alternativa para a renovação da política tocantinense. Quando a mudança começou a ser cogitada, não houve diálogo houve pressão.
Durante as últimas semanas fui instigado a declinar da candidatura, mudar para deputado federal e inclusive, abrir mão do fundo eleitoral. Não fui convidado a participar dos diálogos e fui isolado pela presidência. Como complemento à postura ditatorial, vimos a mudança de delegados nas últimas horas e o impedimento do uso da fala para defender a candidatura na convenção, num processo completamente antidemocratico.