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O novo álbum Is This What We Want? (É Isso Que Queremos?) traz uma lista impressionante de mais de 1.000 músicos — e o som do silêncio. Lançado na terça-feira, o álbum conta com contribuições de artistas britânicos renomados, como Kate Bush, Annie Lennox, Cat Stevens e Damon Albarn. Ele foi criado como uma forma de protesto contra as mudanças nas leis de inteligência artificial no Reino Unido, que os artistas temem que possam prejudicar o controle criativo sobre suas obras.
Billy is one of 1,000+ musicians who are jointly releasing this album today to protest the UK government’s planned changes to copyright law, which would hand the life’s work of the country’s musicians to AI companies for free. Don’t legalise music theft!#IsThisWhatWeWant? pic.twitter.com/rc9SLC2zEy
— Billy Ocean (@MrWongo) February 25, 2025
O governo do Reino Unido está realizando uma consulta pública sobre a possibilidade de permitir que empresas de tecnologia usem materiais protegidos por direitos autorais para treinar modelos de IA, a menos que os criadores optem explicitamente por não permitir. Os críticos acreditam que essa medida tornaria mais difícil para os artistas manterem o controle sobre seu trabalho e enfraqueceria as indústrias criativas britânicas. Entre os artistas que se manifestaram contra o plano estão Elton John e Paul McCartney.
O álbum de protesto, organizado pelo compositor e desenvolvedor de IA Ed Newton-Rex, apresenta “quase silêncio”, com 12 faixas compostas por gravações de estúdios vazios e espaços de performance. Segundo Newton-Rex, essas gravações simbolizam o que pode acontecer se as propostas do governo forem adiante. “É uma mistura de artistas conhecidos e muitos músicos que não são tão famosos, e acho que isso é muito importante porque essa questão vai nos afetar a todos”, disse ele à Associated Press.
Os títulos das 12 faixas formam a frase: “O governo britânico não deve legalizar o roubo de música para beneficiar as empresas de IA.” Os lucros obtidos com o álbum serão doados à instituição de caridade Help Musicians.
Newton-Rex comentou sobre a proposta do governo, afirmando: “Ela entregaria o trabalho de vida dos músicos do país para empresas de IA, gratuitamente, permitindo que essas empresas explorassem o trabalho dos músicos para competir com eles. É um plano desastroso para os músicos, mas totalmente desnecessário.” Ele acrescentou: “O Reino Unido pode ser líder em IA sem sacrificar nossas indústrias criativas de classe mundial.”
O governo trabalhista de centro-esquerda do Reino Unido, que busca tornar o país um líder mundial em IA, anunciou em dezembro uma consulta pública sobre como a lei de direitos autorais pode “permitir que criadores e detentores de direitos exerçam controle sobre e busquem remuneração pelo uso de suas obras para treinamento de IA”. O objetivo também é garantir que “desenvolvedores de IA tenham fácil acesso a uma ampla gama de conteúdos criativos de alta qualidade”. A consulta foi encerrada na terça-feira.
Editoras, organizações de artistas e empresas de mídia, incluindo a Associated Press, se uniram na Creative Rights in AI Coalition para se opor ao enfraquecimento das proteções de direitos autorais. Vários jornais britânicos publicaram críticas à consulta do governo, com manchetes como: “Vamos proteger as indústrias criativas — é justo.”
Em um comunicado, o governo britânico afirmou que está “consultando uma nova abordagem que protege os interesses tanto dos desenvolvedores de IA quanto dos detentores de direitos, oferecendo uma solução que permite que ambos prosperem”. O governo também acrescentou que “nenhuma decisão foi tomada”.
