O ministro da Saúde do Reino Unido Matt Hancock afirmou nesta segunda-feira (14) que mais de mil casos de Covid-19 associados a uma nova variante do Sars-Cov-2 foram identificados nos últimos dias na Inglaterra.
Representantes da OMS disseram que, por enquanto, nada sugere que ela faça com que o vírus seja mais “complicado”, ou seja, capaz de ampliar sua capacidade de propagação.
Ainda não há informações sobre se a nova variante é a mesma anunciada por cientistas no fim de outubro. À época, a mutação batizada de 20A.EU1 foi associada a casos na Espanha e em vários países europeus.
Sem dar detalhes se ela se tratava da 20A.EU1, Hancock falou sobre a nova variante em um comunicado ao parlamento: “Identificamos uma nova variante do coronavírus, que pode estar associada à disseminação mais rápida no sudeste da Inglaterra”.
“Uma análise inicial sugere que esta variante está crescendo mais rápido do que as variantes existentes”, afirmou o ministro da Saúde.
“Devo enfatizar que atualmente não há nada que indique que a variante seja mais provável de causar doenças graves, e o conselho clínico mais recente é que é altamente improvável que uma vacina falha em proteger contra essa mutação”, finalizou.
Os representantes da OMS disseram que a nova variante é monitorada para saber se ela faz que o vírus “seja mais complicado” ou possa se propagar mais. Por enquanto, não há nada que indique isso, segundo o diretor de emergências da entidade Mike Ryan.
Histórico de mutações
As novas variantes ou mutações são uma mudança que pode ocorrer em qualquer código genético, inclusive no do novo coronavírus. O novo coronavírus muda de forma lenta: o genoma do Sars-CoV-2 costuma sofrer duas mudanças de uma letra cada por mês. (O código genético é “escrito” com quatro letras, que mudam dependendo do tipo de código – DNA ou RNA).
Essa taxa é cerca de metade da dos vírus da família Influenza e um quarto da do vírus HIV. Não necessariamente as mudanças tornarão o vírus mais perigoso. Como ocorrem ao acaso, as mutações não necessariamente trabalham “a favor” do vírus. E, no caso do Sars-CoV-2, não há nenhum indício, até agora, de que as mutações pelas quais ele passou o tenham tornado mais perigoso no sentido de causar uma doença pior.