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Vacina australiana HIV
O governo da Austrália anunciou na última sexta-feira (11) que realizou o cancelamento de um pedido de mais de 750 milhões de dólares em vacinas contra Covid-19 que seriam produzidas pela Universidade de Queensland, que fica no próprio país.
O imunizante australiano ainda em fase de teste fez que alguns voluntários registrassem resultados falso-positivos para HIV.
Segundo o primeiro-ministro da Austrália Scott Morrison, as 51 milhões de doses que iriam ser compradas do consórcio australiano serão agora divididas nos pedidos de doses feitos para as farmacêuticas AstraZeneca e Novavax.
O jornal americano The New York Times disse que a vacina australiana pode ser abandonada e que o caso é uma evidência do que pode acontecer quando cientistas são apressados para a criação de uma vacina que levaria anos para ser feita e que agora precisa estar disponível em apenas alguns meses.
“Fazer isso atrasaria o desenvolvimento em mais 12 meses e, embora seja uma decisão difícil de se tomar, a necessidade urgente de uma vacina deve ser a prioridade de todos”, disse Paul Young, virologista da universidade que ajudou no desenvolvimento da vacina, disse no comunicado.
Desenvolvida em conjunto com a empresa de biotecnologia CSL, obteve esses resultados falso-positivos para a presença do vírus HIV justamente pelo método de desenvolvimento do imunizante. Uma proteína encontrada no vírus era “pinçada” nas pontas que circundam o coronavírus. A intenção é que esta proteína formasse uma barreira, impedindo a disseminação da covid-19 no organismo.
O problema é que, mesmo que esta proteína não infecte os voluntários com o vírus HIV, ela faz com que o sistema imunológico crie anticorpos para combater um vírus (mesmo ele inexistindo). Isso já era esperado, mas não em níveis tão elevados como os obtidos durante a testagem da vacina.
A preocupação dos cientistas é de que o processo de vacinação poderia levar a problemas de ansiedade pelo receio da contaminação com o vírus da AIDS.
“Tenho certeza de que muitas pessoas ficam muito envergonhadas com isso”, disse o professor disse John P. Moore, imunologista do Weill Cornell Medical College, ao NYT.
“Não é bom estar associado a um erro como este. Mas quando você está correndo a 145 km/h, às vezes você tropeça.”