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Um consórcio internacional formado por universidades da Europa e dos EUA desenvolveu um estudo em que criou em laboratório um anticorpo duplo, formado a partir de dois naturais, capaz de neutralizar o SARS-CoV-2 e suas as mutações.
Além de, impedir que o vírus mude sua estrutura e consiga escapar da terapia. A pesquisa foi publicada na revista Nature.
Ela está na fase pré-clínica, ou seja, foram feitos testes em animais e os camundongos foram usados pelos pesquisadores. Para a criação do “anticorpo bioespecífico”, os cientistas usaram anticorpos diferentes, retirados de pacientes infectados com variantes diferentes do novo coronavírus.
A aplicação de uma única dose da proteção criada em laboratório protegeu camundongos da doença. O anticorpo reduziu efetivamente a carga viral nos pulmões dos animais e reduziu a inflamação típica da Covid-19.
Ao site da Universidade de Karolinska Institutet, da Suécia, Qiang Pan-Hammarström, coautora do estudo e coordenadora científica do consórcio, afirmou que o estudo significa importante avanços.
“O coronavírus está sofrendo mutação e continuará a sofrer mutação, então precisamos de tratamentos que possam acompanhar essas mudanças e funcionar de maneira eficaz em todas as variantes do vírus. Esse anticorpo significa que podemos estar um passo à frente do vírus”, disse a professora.
De acordo com pesquisadores, esse anticorpo biespecífico é totalmente possível de ser usado em ensaios clínicos em humanos, com boas chances de emprego tanto na prevenção quanto no tratamento da covid-19.
Esse tipo de tratamento já vem sendo usado para tratar alguns tipos de câncer, em que uma parte de um anticorpo pode se ligar a uma célula de tumor e a outra a uma célula imune. Agora, os pesquisadores usaram o conhecimento para tratar da infecção causa pelo SARS-CoV-2.
“O fato de algumas pessoas não responderem às vacinas e de levar vários anos para que todo o mundo seja imunizado contra a covid-19, significa que teremos uma necessidade contínua de medicamentos que possam nos proteger ou tratar a doença”, explicou Qiang Pan-Hammarström.