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Todos os países devem trabalhar juntos para investigar a origem do coronavírus que desencadeou a pandemia, disse nesta sexta-feira (23) a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dia depois que a China rejeitou o escopo proposto de uma segunda fase.
O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, perguntado sobre a rejeição da China, disse a uma reunião de informação da ONU em Genebra: “Não se trata de política, não se trata de um jogo de culpados”. “Trata-se basicamente de uma exigência que todos nós temos que tentar entender como o patógeno chegou à população humana. Neste sentido, os países têm realmente a responsabilidade de trabalhar em conjunto e de trabalhar com a OMS num espírito de parceria”, declarou.
Na quinta-feira (22), o governo comunista chinês afirmou que não participaria da segunda fase da investigação da OMS sobre as origens da Covid-19 após a possibilidade de o vírus ter vazado de um laboratório de Wuhan ter sido incluída na proposta.
Zeng Yixin, vice-chefe da comissão nacional de Saúde da China, disse em uma entrevista coletiva em Pequim que ficou “surpreso” ao ver a possibilidade do vazamento de laboratório listado como um objetivo de pesquisa na segunda fase da investigação.
“Em alguns aspectos, o plano da OMS para a próxima fase de investigação da origem do coronavírus não respeita o bom senso e é contra a ciência. É impossível aceitarmos tal plano”, disse Zeng Yixin.
As tensões já vinham desde a última semana. Zhao Lijian, representante do Ministério de Relações Exteriores da China, já havia afirmado que a OMS atingiu uma “conclusão clara” sobre as origens do vírus, e que os indicativos reunidos até então fazem um “vazamento pelo laboratório ser extremamente improvável”. Além disso, os chineses ressaltaram que “alguns países” têm “politizado” o assunto.