O Tribunal de Barcelona negou o pedido do Ministério Público da Espanha para que o julgamento do jogador Daniel Alves, acusado de abuso sexual, fosse realizado à porta fechada. As sessões serão abertas à imprensa, mas com restrições:
- Proibição de captação de imagens e áudio: A fim de proteger a identidade da vítima, fotos, vídeos e gravações de áudio do julgamento serão proibidos.
- Medidas de proteção à vítima: A mulher que acusa Daniel Alves terá seu depoimento protegido por um biombo, sua imagem pixelizada em vídeos e sua voz distorcida com efeitos especiais.
- Sigilo da identidade: A divulgação da identidade da vítima, inclusive por familiares, é expressamente proibida. Durante o julgamento, ela será referida apenas como “a denunciante”.
O Tribunal argumenta que a publicidade dos processos judiciais é fundamental para garantir a transparência da Justiça e o direito do réu a um julgamento justo. A decisão visa evitar a estigmatização da vítima e garantir sua segurança.
Relembre o caso
No dia 31 de dezembro de 2022, o jornal ABC publicou uma reportagem que acusava Daniel Alves de ter cometido um ato de violência sexual contra uma jovem na boate Sutton, em Barcelona. A vítima, que estava acompanhada de amigas, relatou o caso à equipe de segurança do local, que acionou a polícia.
Investigação e Prisão
Em 10 de janeiro de 2023, a Justa espanhola aceitou a denúncia contra Daniel Alves e deu início a uma investigação formal. As inconsistências nas declarações do jogador, somadas ao risco de fuga do país, levaram à sua prisão preventiva em 20 de janeiro.
Mudanças de Depoimento e Pedido de Liberdade Negado
Enquanto aguardava o julgamento, Daniel Alves alterou seu depoimento diversas vezes e trocou de advogado. Seus pedidos de liberdade provisória foram negados pela Justiça espanhola.
Divórcio Anunciado e Contradições nas Declarações
O caso também teve impacto na vida pessoal do jogador. Em meio à investigação, Daniel Alves e sua esposa, a modelo Joana Sanz, anunciaram o divórcio, que posteriormente foi revertido.
Ao longo do processo, as declarações de Daniel Alves sobre o caso apresentaram diversas contradições. Inicialmente, ele negou conhecer a vítima, mas posteriormente admitiu ter tido relações sexuais com ela, alegando que o ato foi consensual.
Nova Estratégia de Defesa
Em uma nova reviravolta, a defesa de Daniel Alves pretende alegar no julgamento que o jogador estava sob a influência de álcool no momento do crime. Segundo informações do jornal El Periódico, essa seria a quinta versão dos fatos apresentada pelos advogados, que buscam atenuar a pena do jogador ao retratá-lo como alguém sem “consciência de suas ações” devido ao consumo de álcool.
Julgamento Agendado
O julgamento de Daniel Alves está previsto para acontecer entre os dias 5 e 7 de fevereiro de 2024. A expectativa é de que o caso seja acompanhado com grande atenção pela mídia e pelo público em geral.
