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A Fórmula 1 retorna neste fim de semana com o Grande Prêmio dos Estados Unidos, no Circuito das Américas, em Austin, Texas. No entanto, antes mesmo dos motores roncarem, a equipe Red Bull, atual campeã mundial, se viu no centro de uma polêmica que envolve uma possível violação das regras, levando a uma investigação pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Durante a última corrida, rivais da Red Bull alertaram a FIA sobre um dispositivo presente no habitáculo do carro da equipe que poderia estar sendo utilizado para ajustar a altura da parte dianteira do piso do veículo. A preocupação é que o dispositivo poderia permitir alterações na configuração do carro entre a classificação e a corrida, o que é proibido pelas regras.
Um porta-voz da Red Bull confirmou à BBC Sport a existência do dispositivo, mas ressaltou que ele “é inacessível uma vez que o carro está completamente montado e pronto para funcionar”. Ele também acrescentou que o tema já havia sido discutido em correspondências anteriores com a FIA, e que um plano foi acordado para seguir adiante.
O dispositivo foi descoberto quando a Red Bull precisou divulgar detalhes de seu design nos servidores da FIA, conforme exige o regulamento referente a peças de código aberto. De acordo com o site Motorsport, o equipamento permitiria que um mecânico ajustasse a altura da suspensão, algo que poderia ajudar a equilibrar melhor o desempenho do carro durante a classificação e a corrida.
Na Fórmula 1, é proibido realizar mudanças na configuração do carro entre a classificação e a corrida, exceto no ângulo da asa dianteira, conforme o regulamento de parque fechado. A parte do carro que estaria sendo ajustada é o chamado “babado”, uma seção dianteira do piso do veículo.
Em comunicado, a FIA reforçou: “Qualquer ajuste na altura da parte dianteira durante as condições de parque fechado é estritamente proibido pelas regulações”. A federação destacou que, até o momento, não há evidências de que a Red Bull tenha usado o dispositivo de forma irregular, mas que a partir deste fim de semana, a supervisão desse aspecto será intensificada.
Lando Norris, piloto da McLaren, que venceu a última corrida em Singapura e está em segundo lugar no campeonato, atrás de Max Verstappen, comentou a polêmica: “Ter o dispositivo no carro é uma coisa, mas quanto ele foi explorado, não temos como saber. Se eles o usaram da forma que se suspeita, talvez isso mude algumas coisas, mas não é apenas por isso que ganharam poles e corridas.”
Norris, atualmente a 52 pontos de Verstappen, também lembrou de uma polêmica envolvendo sua própria equipe no Grande Prêmio do Azerbaijão, quando a McLaren foi acusada de usar um “mini DRS”. Embora o carro tenha cumprido todas as regras, a FIA pediu ajustes para garantir a conformidade.
Com a temporada de Fórmula 1 se aproximando de sua reta final, a expectativa é alta para o GP dos Estados Unidos, que marca o retorno das corridas após quatro semanas de pausa. A tensão aumenta à medida que a FIA intensifica a vigilância sobre o desempenho das equipes, em um campeonato que pode ser decidido por pequenos detalhes técnicos.
