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Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu entrevista ao jornal britânico “Financial Times”, na qual enfatizou a importância de o Ocidente levar em conta as preocupações de segurança do presidente russo, Vladimir Putin.
“Lembro-me da situação na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial: o objetivo era enfraquecer a Alemanha em Versalhes e sabemos aonde isso nos levou”, afirmou o ex-chanceler brasileiro.
“Não queremos uma Terceira Guerra Mundial. E mesmo que não tenhamos isso, não queremos uma nova Guerra Fria”, continuou. “Todas as preocupações dos países da região devem ser levadas em consideração se você quer a paz. A única outra alternativa é a vitória militar total contra a Rússia. Você sabe o que vem depois? Eu não.”
“Não podemos julgar a situação pelos últimos um ano e meio. Esta é uma situação de décadas”, disse. “[A Rússia tem] preocupações que devem ser consideradas. Isso não é culpa da Ucrânia. A Ucrânia é uma vítima, uma vítima dos resquícios da Guerra Fria.”, disse Amorim.
O jornal britânico ressalta que, embora o Brasil tenha condenado a invasão da Ucrânia pela Rússia, Lula tem sido acusado de se alinhar mais aos interesses de Putin.
Celso Amorim, durante visita a Moscou em abril, teve a oportunidade de se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin. Já em maio, o assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o vice-chanceler ucraniano, Andrii Melnik. Durante a reunião, eles discutiram o “clube de paz” proposto pelo presidente Lula com o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia e restaurar a soberania e integridade territorial do país.