Justiça

Pivô da Lava Jato, Alberto Youssef aciona STF contra Moro por suposto grampo ilegal

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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O doleiro condenado Alberto Youssef acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (15) com um pedido abertura de investigação contra o ex-juiz da Lava Jato e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Youssef acusa Moro de suposta manipulação de provas e atuação irregular para blindar das autoridades e da defesa de Youssef a descoberta de um suposto “grampo ilegal” que havia sido instalado na cela do doleiro.

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A ação do doleiro junta uma série de depoimentos, suposta investigações internas da PF até despachos do próprio Sergio Moro para encorpar as suspeitas levantadas por Youssef.

A petição de Alberto Youssef foi colocada em sigilo no STF pelo ministro Dias Toffoli.

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Preso em 2014, no início da Operação Lava Jato, Youssef alega que encontrou uma escuta ambiental dentro de sua cela.

O doleiro e seus advogados questionaram Moro, que acionou oficiosamente a Polícia Federal (PF) para apurar o caso. O caso levou à uma sindicância, que foi arquivada.

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Segundo o doleiro, a PF afirmou que a escuta estava no local há tempos e que havia sido posicionada para monitorar uma passagem de Fernandinho Beira Mar pela carceragem. Ele também alega que a PF informou que a escuta estava inativa.

Porém, após um depoimento de um agente da PF que disse ter acompanhado a instalação de escutas perto da chegada de Youssef, a PF acabou abrindo uma segunda sindicância.

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Os resultados dessa nova apuração foram enviados à 13ª vara de Curitiba, mas permaneceram em sigilo até que Eduardo Appio, hoje afastado da Justiça, atendeu pedido da defesa do doleiro e deu acesso integral aos documentos.

De acordo com o doleiro, a 2ª sindicância da PF disse que a escuta estava ativa e que ela captou as vozes de Youssef e outros presos da Lava Jato por cerca de 10 dias.

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Essa é a base do pedido de Youssef contra Moro no STF. O doleiro visa anular sua delação premiada, que é a mais importante da Operação Lava Jato.

Ao STF, o doleiro condenado afirmou que, ciente do resultado da 2ª investigação interna da PF, Moro teria se articulado para blindar os agentes da PF que instalaram a escuta ilegal e impediu que tanto ele, Youssef, como outros presos da Lava Jato, como Marcelo Odebrecht, tivessem acesso ao conteúdo dos grampos.

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Youssef juntou aos autos despachos nos quais, em mais de uma ocasião, Moro recusa pedidos dos advogados de defesa dos criminosos por acesso à sindicância citando questões formais, como prazo de manifestação.

O doleiro pediu ao STF que Moro tenha sua conduta investigada por supostamente burlar o devido processo legal e solicita ainda que o STF tire de Curitiba todo o conteúdo das perícias realizadas nos áudios.

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De acordo com o site g1, Toffoli solicitou manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso.

Em julho deste ano, um delegado da PF pediu ao TRF-4 o trancamento da investigação sobre o suposto grampo ilegal na cela de Youssef. Pedido aponta que a defesa do doleiro requereu acesso aos procedimentos administrativos disciplinares, com o objetivo de “encontrar” novas provas para requentar o inquérito policial arquivado.

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Porém, as provas usadas têm relação com os inquéritos que já haviam apontado que não há responsabilização de servidores da PF pelo suposto grampo, e que os processos administrativos a respeito foram arquivados.

“Trata-se de uma situação totalmente atípica, porquanto, inexistem novas provas ou apuração de novos fatos para ensejar a instauração de um novo inquérito. Ademais, a conduta do juízo causa estranheza, pois denota-se um caráter revanchista contra os investigadores que participaram da Operação Lava Jato”, argumenta.

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