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O Ministério Público português denunciou um homem acusado de abusar sexualmente de sua própria sobrinha pelo menos 360 vezes ao longo de quase dois anos. Segundo a acusação, a menina foi morar com o tio em 2018 por determinação da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), após enfrentar problemas na casa dos pais.
Na época, o tio paterno vivia em união estável, e o casal foi considerado adequado para cuidar da criança. Durante esses dois anos, segundo o jornal SIC, o homem abusava da menina regularmente durante as madrugadas, antes de sair para o trabalho.
A denúncia do Ministério Público, divulgada pela imprensa portuguesa, relata que o tio abusava da sobrinha enquanto os outros moradores da casa ainda dormiam. De segunda a sexta-feira, ele entrava no quarto da criança, tocava-a e tirava sua roupa.
“Com uma frequência de segunda a sexta-feira, em hora não apurada da madrugada, antes de o arguido sair para trabalhar e enquanto todos os habitantes da casa ainda dormiam, o arguido dirigia-se ao quarto onde dormia a vítima, tocava-lhe no corpo e retirava-lhe a roupa”, diz a denúncia.
As autoridades portuguesas afirmam também que o tio usava força física para coagir a criança a ceder aos abusos, além de ameaçá-la para que não contasse a ninguém sobre os episódios de violência sexual.
O silêncio da menina foi quebrado quando, após dois anos, ela voltou a passar os finais de semana com a mãe e descreveu o que acontecia na casa do tio.
Ao tio da menina foi imposta uma série de restrições até que ele seja julgado pelo Tribunal de Penafiel, por um coletivo de juízes, em data ainda não divulgada.
Em entrevista ao SIC, o psicólogo português Mauro Paulino apontou falhas na conduta da CPCJ.