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No esforço global para combater o aquecimento do planeta e suas consequências, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, estabelecida no Rio de Janeiro em 1992, designou o dia 26 de março como o Dia Mundial do Clima. Esta data busca promover a conscientização e a ação ambiental em escala global.
Desde 1977, cada ano tem testemunhado uma temperatura média mais alta que o anterior, evidenciando um aumento contínuo na temperatura global. Este aumento, que chega a cerca de 0,85°C desde o final do século XX, ressalta a aceleração das mudanças climáticas e destaca a necessidade de ações concretas e urgentes para mitigar seus efeitos devastadores.
“O único choque é a velocidade da mudança. A mudança climática está aqui. É assustadora. E é apenas o começo. A era do aquecimento global acabou. A era da fervura global começou”, alertou o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, em julho do ano passado.
Em 2023, todos os limites foram ultrapassados
Na semana passada, o relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) revelou dados alarmantes sobre os indicadores climáticos.
O ano de 2023 foi registrado como o mais quente da história, com temperaturas médias aproximadamente 1,45°C acima dos níveis pré-industriais, conforme revelado. Este documento também apontou que a última década foi a mais quente já registrada, evidenciando os impactos profundos das mudanças climáticas, incluindo eventos climáticos extremos como ondas de calor, incêndios florestais e furacões intensificados.
“Nunca estivemos tão perto, embora temporariamente, do limite inferior de 1,5°C (de aquecimento global médio) do Acordo de Paris sobre mudança climática”, afirmou a Secretária-Geral da OMM, a cientista argentina Celeste Saulo.
A pesquisadora alertou sobre os perigos iminentes das mudanças climáticas, não apenas devido ao aumento das temperaturas, mas também ao aquecimento dos oceanos, à perda sem precedentes de gelo antártico e ao recuo das geleiras.
Esses sinais, segundo o relatório, indicam um avanço em direção a um ponto de não retorno, aproximando perigosamente a humanidade do limite de 1,5°C de aquecimento global estabelecido no Acordo de Paris.
Entre os dados alarmantes, o relatório destacou que quase um terço dos oceanos do mundo experimentaram ondas de calor marinhas ao longo de 2023, afetando severamente ecossistemas marinhos e cadeias alimentares essenciais, com mais de 90% das áreas oceânicas sofrendo esse fenômeno em algum momento do ano. Além disso, foi relatada a perda mais significativa de gelo glacial e uma redução histórica na extensão do gelo marinho antártico, comparável ao tamanho da França e Alemanha juntas.
O aquecimento global continua sendo sentido com força na América Latina, onde foram registradas temperaturas acima da média, especialmente no México e na América Central, bem como em vastas áreas da América do Sul.
Este fenômeno foi exacerbado pelo evento El Niño, que trouxe consigo alterações significativas nos padrões de chuvas, com condições mais secas do que o normal do sul do México até o norte da América do Sul e condições mais úmidas do que o normal em partes do Chile.
O que é o Acordo de Paris
O Acordo de Paris, firmado durante a COP21 em dezembro de 2015 e ratificado em novembro de 2016, estabelece um compromisso global contra as mudanças climáticas.
Seu principal objetivo é a redução drástica das emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo, bem como manter o aumento da temperatura global neste século abaixo de 2 graus Celsius e esforçar-se para limitar ainda mais o aquecimento a 1,5 graus em relação aos valores da era pré-industrial.
Este pacto internacional aponta um caminho claro que os países devem seguir nas próximas décadas para enfrentar efetivamente as ameaças climáticas e promover uma resiliência climática adequada às demandas atuais.
Ações para deter as mudanças climáticas
A UNESCO adverte que “diante de um panorama repleto de evidências de ameaças naturais associadas às variações climáticas do planeta”, a liderança de cada país deve lembrar a importância de:
– Respeitar os acordos internacionais
– Promover legislações que protejam o meio ambiente
– Substituir o uso de combustíveis fósseis por outras fontes de energia alternativa (energia eólica, energia solar)
– Utilizar de maneira mais eficiente e racional produtos agroquímicos
– Investir em sistemas de irrigação mais eficientes com menores perdas de água
– Contribuir com as atividades de reflorestamento, complementadas com educação ambiental