Meio Ambiente

Desmatamento no Cerrado ultrapassa o da Amazônia e aumenta 68% em 2023, revela relatório do MapBiomas

Adriano Gambarini/WWF Brasil/Divulgação

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O desmatamento no Cerrado registrou um aumento de 68% em relação ao ano anterior, totalizando 1.110.326 hectares devastados em 2023, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil divulgado pelo MapBiomas nesta terça-feira (28/5). Enquanto isso, a Amazônia teve uma área desmatada de 454,27 mil hectares no mesmo período.

O desmatamento na região compreendida pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba, representou 47% do total de vegetação nativa perdida no Brasil em 2023, totalizando 858.952 hectares, o que representa um aumento de 59% em relação a 2022.

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O relatório do MapBiomas destaca que 33 dos 50 municípios com maior índice de desmatamento em 2023 estão localizados no Cerrado. Em contrapartida, a Amazônia registrou uma redução de 62,2% no desmatamento. Outros biomas como o Pampa e a Mata Atlântica também apresentaram quedas significativas, enquanto o Pantanal e a Caatinga registraram aumentos de 59% e 43%, respectivamente.

Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu 8.558.237 hectares de vegetação nativa, equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro. No entanto, houve uma diminuição no desmatamento em 2023 em comparação com o ano anterior, com o país perdendo 1.829.597 hectares de vegetação nativa no ano passado, contra 2.069.695 hectares em 2022. A Amazônia e o Cerrado respondem por mais de 85% da área total desmatada.

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Pela primeira vez em 2023, a maior parte do desmatamento ocorreu em formações savânicas (54,8%), enquanto formações florestais representaram 38,5%, diferente dos quatro anos anteriores em que as formações florestais predominavam.

O desmatamento no Cerrado, além de liderar o ranking nacional, também se reflete em indicadores negativos, como o aumento do desmatamento em terras indígenas, com a Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) registrando o maior índice de área nativa destruída em 2023, com 2.750 hectares devastados, totalizando 7.048 hectares de vegetação nativa perdidos em terras indígenas no Cerrado, um aumento de 188% em comparação com 2022.

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Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Cerrado e diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), ressalta a preocupação com a condição do Cerrado, que já perdeu mais da metade de sua vegetação nativa e se tornou o principal alvo do desmatamento no país.

O MapBiomas é uma organização da sociedade civil composta por empresas de tecnologia, universidades e entidades do terceiro setor.

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