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Dois helicópteros e um avião da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul estão reforçando, desde sexta-feira (21), as ações de combate aos incêndios florestais que atingem o Pantanal no estado.
A área queimada este ano no bioma alcançou 541,5 mil hectares, com 398,6 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 140,9 mil em Mato Grosso, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nos últimos dois dias, de 20 a 22 de junho, o Pantanal registrou 270 focos de calor, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Destes, 255 foram em Mato Grosso do Sul e 15 em Mato Grosso. Corumbá concentra 80% dos focos no Pantanal, totalizando 216.
As aeronaves estão sendo utilizadas principalmente para combater as chamas que formaram uma barreira de fogo ao redor de Corumbá e Ladário, causando preocupação entre os moradores das duas cidades. Os helicópteros sobrevoam as áreas afetadas e auxiliam no combate ao fogo despejando água armazenada em um recipiente chamado bambi bucket, com capacidade para transportar até 820 litros de água, que é abastecido diretamente no rio Paraguai.
Segundo o coronel Fábio, que comanda um dos helicópteros, “a liberação da água é feita pelo piloto, mas ocorre com a coordenação da cabine que indica o local exato para que o despejo seja feito, extinguindo o foco”.
Esta é a terceira missão das equipes da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA) no Pantanal desde o início do mês. As duas primeiras operações envolveram o transporte de brigadistas para áreas de difícil acesso. Um terceiro helicóptero chegou a Corumbá na sexta-feira e começou a operar no sábado no combate aos incêndios.
O número de focos de incêndios no Pantanal neste ano já supera o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas no bioma. As queimadas nos seis primeiros meses de 2024 são 8% maiores em comparação com 2020, segundo dados do Programa de Queimadas do INPE.
Especialistas explicam que o aumento dos focos de incêndio no Pantanal em junho se deve à antecipação da temporada do fogo, que normalmente ocorre entre o final de julho e agosto. “Pela primeira vez estamos com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre. O Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia, e vamos fazer tudo o que for necessário. As crises climáticas são eventos cada vez mais extremos”, afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em nota.
No bioma presente em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as chamas são esperadas anualmente. No entanto, eventos climáticos adversos, a seca severa e a estiagem expuseram a planície ao fogo mais cedo em 2024.