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A China acusou nesta sexta-feira oficiais norte-americanos de mentirem para o público sobre a guerra comercial iniciada por Washington, em um momento em que as tensões entre as duas maiores economias do mundo mantêm os mercados financeiros em estado de apreensão.
As negociações para encerrar a disputa comercial entraram em colapso no início deste mês, com os dois lados em um impasse sobre as exigências dos EUA de que a China mude suas políticas para lidar com uma série de reclamações, incluindo roubo de propriedade intelectual e subsídios para empresas estatais.
Washington impôs tarifas mais elevadas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses, o que levou Pequim a retaliar e efetivamente proibir empresas norte-americanas de fazer negócios com a Huawei, que é a maior fabricante de equipamentos para redes de telecomunicações do mundo.
“Domesticamente, nos Estados Unidos, há cada vez mais dúvidas sobre a guerra comercial que os EUA provocaram com a China, a turbulência causada pela guerra tecnológica e a cooperação industrial”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang.
Autoridades norte-americanas “fabricam mentiras para tentar enganar o povo americano, e agora estão tentando incitar a oposição ideológica”, disse ele, quando questionado sobre as recentes críticas do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, à Huawei.
Em uma entrevista à CNBC na quinta-feira, Pompeo disse que a Huawei estava conectada ao governo chinês, descartando as afirmações do presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, de que sua empresa nunca compartilhará segredos de usuários.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira que suas reclamações contra a Huawei podem ser resolvidas no âmbito de um acordo comercial entre EUA e China, enquanto, ao mesmo tempo, chama a empresa chinesa de “muito perigosa”.
Sem mais conversas agendadas entre Washington e Pequim, os investidores estão nervosamente de olho na perspectiva de uma escalada nas tarifas que os dois países impuseram aos produtos uns dos outros.
*Com Reuters