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ONU teme crise alimentar “de proporções bíblicas” em muitos países devido à pandemia

O diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, David Beasley, teme uma “fome sem precedentes e de proporções bíblicas” em dezenas de países devido à escassez de alimentos em decorrência da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Ele fez o alerta nesta quarta-feira (30) durante um evento do G20 realizado em Brindisi, no sul da Itália.

Para o diretor do PMA, é necessário que os líderes mundiais repassem mais recursos para os países mais afetados, como aconteceu no ano passado. “Achávamos que no ano passado superaríamos a pandemia do coronavírus, em vez disso, ela permanece com as variantes devastando especialmente as nações de baixa renda e os países em desenvolvimento, que foram catastroficamente atingidos por essa calamidade”, resumiu David Beasley.

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O programa das Nações Unidas, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano passado por seu trabalho contra a fome no mundo, solicita US$ 6 bilhões para ajudar 41 milhões de pessoas que estão à beira da fome em 43 países. As condições pioraram na Etiópia, Madagascar, Sudão do Sul e Iêmen, enquanto a Nigéria e Burkina Faso são motivo de especial preocupação.

“Não são apenas números, não são apenas estatísticas, são pessoas reais com nomes e sobrenomes, vidas reais, frágeis e literalmente à beira da fome”, disse Beasley em uma entrevista coletiva ao lado do ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.

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A necessidade de ajuda é urgente. “Se não atendermos às suas necessidades, durante os próximos seis a nove meses pode haver uma fome sem precedentes, de proporções bíblicas, seguida de desestabilização em muitas nações e migrações em massa”, reiterou o diretor do PMA. “A solução mais simples é dar mais apoio”, disse.

As agências internacionais de ajuda estimam que a escassez de alimentos devido a conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas foi exacerbada pela crise gerada pela pandemia do coronavírus.

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Segurança alimentar

A segurança alimentar também foi tema da reunião conjunta dos ministros das Relações Exteriores e do Desenvolvimento nessa terça-feira (29), na Itália. Os chanceleres adotaram a “declaração de Matera” que visa contribuir para a erradicação da fome no mundo até 2030.

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“É um documento concreto, um convite de ação para toda a comunidade internacional”, declarou o ministro italiano Luigi Di Maio, cujo país ocupa atualmente a presidência do G20. Ele ressaltou que “a pandemia pode afetar 100 milhões de pessoas suplementares” e que 840 milhões de pessoas poderiam passar fome no mundo até o final da década.

O documento observa que a meta da ONU de acabar com a fome até 2030 parece hoje impossível de ser alcançada. Por isso, o texto propõe, sem caráter obrigatório, uma série de iniciativas para tentar acabar com esta tendência, como dar mais poder a mulheres e jovens, favorecer programas de proteção social e aumentar os investimentos em alimentação. “Segurança alimentar significa ajudar as famílias atingidas pela crise econômica causada pela pandemia, tanto em nossos países como nos países em desenvolvimento”, ressaltou Di Maio.

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Segundo um estudo da FAO, a agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura, seriam necessários entre US$ 39 e US$ 50 bilhões para erradicar a fome no mundo até 2030.

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