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RFI – O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, quer que as limitações aqueles que não quiserem se vacinar sejam ainda mais rígidas do que as adotadas nos vizinhos europeus. A ideia é que o acesso a lugares como restaurantes, casas noturnas e estádios passe a ser permitido somente a quem se vacinou ou se recuperou da Covid.
Já os não vacinados teriam que mostrar um teste negativo para o coronavírus se quiserem entrar nos estabelecimentos. Em casos de incidência alta do vírus, eles poderiam ser completamente barrados nesses lugares, não bastando nem mesmo um teste negativo para o coronavírus.
A proposta do ministro ainda terá que ser aprovada em reunião realizada na semana que vem entre representantes de governos estaduais e federal.
Ideia controversa
A ideia é controversa até mesmo dentro do governo alemão. A própria chanceler Angela Merkel disse diversas vezes ser contra qualquer tipo de obrigatoriedade para vacinação, estimulando o convencimento da população através de campanhas de esclarecimento sobre imunização.
Os críticos temem que as restrições propostas pelo ministro da Saúde prejudiquem a campanha governamental, levando os céticos da imunização a aprofundarem sua rejeição à vacina.
Apesar disso, a maioria dos alemães parece ser a favor de restrições aos não vacinados. Uma sondagem do instituto Forsa aponta que 69% da população alemã apoiam as ideias do ministro da Saúde, enquanto 28% são contra.
Para 55% dos respondentes, é correto impedir os não vacinados de entrar em restaurantes, cinemas, teatros e outros estabelecimentos de lazer, enquanto 41% não acham a proibição correta.
Vacinação como “ato patriótico”
Em entrevista publicada pela imprensa alemã na quinta-feira, Spahn defendeu suas propostas e apelou para que os alemães se vacinem. “Vacinação é um ato patriótico”, afirmou o ministro ao jornal Münchener Merkur, argumentando que a imunização é para proteger a sociedade, mais do que somente o indivíduo. Ele disse que se vacinar é uma decisão pessoal mas que tem importantes reflexos sociais e que a sociedade alemã deve evitar a necessidade de um novo lockdown nos próximos meses.
A preocupação vem crescendo no país à medida que a época mais fria do ano se aproxima e em meio a uma campanha de vacinação que não tem avançado como esperado por causa daqueles que não querem tomar a vacina. Nas últimas 24 horas, o país de 83 milhões de habitantes registrou 3.448 novos casos e 24 mortes.
Pouco mais de 62% da população alemã tomaram pelo menos a primeira dose e quase 54% estão totalmente imunizados. Isso ainda está longe da meta do governo de imunizar pelo menos em torno de 75% a 80% da população.
Testes para quem entra no país
Berlim já começou a aumentar a pressão sobre o rastreamento de casos. Agora, quem chega na Alemanha voltando de férias, por exemplo, tem que apresentar certificado de vacinação ou teste negativo para o coronavírus ou um atestado de que está curado da Covid-19.
Antes, essa era uma exigência só para quem vinha de regiões de alta incidência do vírus e que chegava de avião. Agora, todos os não vacinados têm que apresentar um teste negativo, não importa de onde estejam vindo. E isso se aplica também a quem chega de carro, ônibus, navio ou trem.
Além disso, nesta sexta (6) o país anunciou que, a partir do próximo domingo, quem tentar entrar na Alemanha vindo do sul da França, da Martinica, de Saint-Martin ou da Reunião, entre outros locais, deverá ficar isolado durante dez dias ou durante cinco dias e apresentar um teste negativo. A restrição também vale para quem esteve na Espanha, outro país com alta incidência de casos de Covid-19.