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Papa Francisco diz que pedofilia é ‘ato cruel’ e Igreja deve pedir perdão

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(ANSA) – O papa Francisco afirmou, neste sábado (18), que a pedofilia é um “transtorno gravíssimo” e a Igreja deve pedir “humildemente o perdão das vítimas” para voltar a ser considerada um lugar de acolhimento e segurança.

A declaração foi dada em vídeo enviado à Conferência internacional sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis para as Igrejas da Europa Central e Oriental, que será realizada na Polônia entre 19 e 22 de setembro.

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Segundo o Pontífice, a pedofilia é um ato cruel e “é necessário garantir que o bem-estar das vítimas não seja posto de lado a favor da incompreendida preocupação com a reputação da Igreja como instituição”.

“Pelo contrário, só enfrentando a verdade destes comportamentos cruéis e pedindo humildemente o perdão das vítimas e sobreviventes, a Igreja poderá encontrar o caminho para ser novamente considerada com confiança um lugar de acolhimento e segurança para aqueles com necessidade”, enfatizou Francisco.

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Na mensagem, Jorge Bergoglio ressaltou que o ato de “reconhecer os erros e falhas pode fazer-nos sentir vulneráveis e frágeis, é certo, mas também pode ser um tempo de graça esplêndida, um tempo de esvaziamento, que abre novos horizontes de amor e serviço mútuo”.

“Se reconhecermos os nosso erros, nada teremos a temer, porque será o próprio Senhor quem nos terá conduzido até aquele ponto”, acrescentou.

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O líder da Igreja Católica ainda pediu coragem para todos ouvirem o apelo das vítimas e se comprometerem, uns com os outros e com a sociedade, “nestas importantes discussões, visto que afetam realmente o futuro da Igreja na Europa Central e Oriental” e “também o coração do cristão”.

O Papa apontou que, “não sendo os primeiros a ter a responsabilidade de dar esses passos”, “é improvável que sejam os últimos”, e confirmou que “não estão sozinhos nestes tempos difíceis”.

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Em homilia para a diocese de Roma, Francisco também explicou que o cristianismo deve “humanizar” e deve “reconciliar diferenças e distâncias, transformando-as em familiaridade, proximidade”. “Em nome de Deus não se pode discriminar”, afirmou.

Para ele, na Igreja existem “aqueles que persistem em ocupar o lugar de Deus, pretendendo modelar a Igreja em suas próprias convicções culturais e históricas, forçando-a às fronteiras armadas, aos costumes culpáveis, à espiritualidade que blasfemam a gratuidade da ação envolvente de Deus”.

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“A Igreja é testemunha, por palavra e por atos, do amor incondicional de Deus, da sua amplitude hospitaleira, exprime verdadeiramente a sua própria catolicidade. São muitas as resistências à superação da imagem de uma Igreja rigidamente distinta entre dirigentes e subordinados, entre quem ensina e quem deve aprender, esquecendo que Deus gosta de inverter posições”, acrescentou.

Por fim, Francisco recomendou que “se a paróquia é a casa de todos do bairro, não um clube exclusivo” é necessário deixar “portas e janelas abertas”. “Não se limite apenas a quem vai ou pensa como você, que vai estar, 3, 4, 5%, não mais. Deixe todos entrar”. (ANSA)

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