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Peru impõe toque de recolher para tentar conter protestos contra alta no preços de combustíveis e alimentos

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Nesta terça-feira (05), o presidente socialista do Peru, Pedro Castillo, impôs um toque de recolher e estado de emergência na capital, Lima, e na cidade portuária vizinha de Calla, na tentativa de conter os protestos contra o aumento dos custos de combustíveis, fertilizantes e alimentos que se espalharam por todo o país.

“O gabinete concordou em declarar a proibição da mobilidade dos cidadãos das 2h às 23h59 de terça-feira, 5 de abril, para proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas”, disse Castillo em um discurso transmitido em todo o país na noite de segunda-feira (04).

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Uma onda de protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis e fertilizantes, desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, continuou pela 2ª semana, enquanto o governo socialista luta para reduzir os preços.

Os protestos representam uma dura realidade para a presidência de Castillo, camponês e professor que venceu as eleições no ano passado com o apoio esmagador da população rural mais pobre. Mas seu apoio diminuiu rapidamente, mesmo nas regiões rurais, e gira em torno de 25% em todo o país.

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Em seus oito meses no cargo, Castillo sobreviveu a duas tentativas de impeachment e trocou inúmeros membros de seu gabinete.

Os protestos estão cada vez mais violentos e pelo menos quatro pessoas foram mortas, disse o governo. Na segunda-feira, manifestantes queimaram pedágios e entraram em confronto com a polícia perto da cidade de Ica, no sul.

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“Esta greve não está acontecendo apenas aqui, está em todo o Peru”, disse um manifestante em Ica.

A turbulência eclodiu na semana passada quando fazendeiros e caminhoneiros bloquearam algumas das principais rodovias para Lima, levando a um aumento repentino nos preços dos alimentos.

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O governo respondeu no fim de semana com uma proposta de renunciar à maioria dos impostos sobre os combustíveis na tentativa de reduzir os preços, além de aumentar o salário mínimo em cerca de 10%.

O Peru também emitiu uma declaração de emergência para seu setor agrícola devido ao aumento dos preços dos fertilizantes desencadeado pelas sanções ocidentais à Rússia, um grande exportador de potássio, amônia, uréia e outros nutrientes do solo.

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Como muitos países, o Peru já lutava contra a alta inflação antes da guerra. Em março, a inflação atingiu a máxima de 26 anos, em grande parte impulsionada pelo aumento dos preços dos combustíveis e dos alimentos.

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