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O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo nesta quinta-feira, 28, para que a Rússia “aceite cooperar” com a investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) por possíveis crimes de guerra na Ucrânia, durante uma visita a Bucha, localidade do subúrbio de Kiev que virou símbolo das atrocidades cometidas durante a invasão russa.
“Quando vemos este lugar horrível, entendo como é importante ter uma investigação completa e estabelecer as responsabilidades. “Peço à Rússia que aceite cooperar com o TPI”, declarou Guterres.
As autoridades ucranianas acusam as tropas russas de massacrar civis em Bucha, Borodianka e outras áreas do subúrbio de Kiev durante a ocupação em março, antes da retirada das forças de Moscou.
Durante uma visita a Bucha em 13 de março, o procurador do Tribunal Penal Internacional (CPI), o britânico Karim Khan, afirmou que a Ucrânia era uma “cena de crime” e informou que uma equipe forense começou a trabalhar para esclarecer os fatos nestas localidades.
Em sua primeira visita à Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, Guterres visitou, antes de Bucha, a localidade de Borodianka, onde falou com os jornalistas diante de edifícios em ruínas, ao lado de militares ucranianos e funcionários do governo local.
“Imagino minha família em uma destas casas destruídas. Vejo minhas netas fugindo em pânico. A guerra é um absurdo no século XXI. A guerra é o mal. Não há como uma guerra ser aceitável no século XXI”, declarou Guterres.
O secretário-geral da ONU continuou sua visita em Irpin, onde os combates entre as forças russas e ucranianas foram particularmente violentos. Durante a tarde ele se reunirá em Kiev com o presidente do país, Volodymyr Zelensky.
Guterres desembarcou na Ucrânia na quarta-feira à noite, depois de visitar Moscou, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin e pediu à Rússia para colaborar com a ONU e permitir a retirada de civis das zonas bombardeadas, principalmente no leste e sul da Ucrânia, onde as tropas russas concentram sua ofensiva.
A Rússia nega a responsabilidade pelas mortes e o presidente Putin afirma que os relatos sobre soldados russos que atiram contra civis são “falsos”.
*Com informações de AFP