Um preso do Arizona, nos Estados Unidos, condenado pelo assassinato de uma menina de 8 anos em 1984 foi executado nesta quarta-feira (8) na segunda execução do estado desde que as autoridades começaram a aplicar a pena de morte em maio, após um hiato de quase oito anos. Frank Atwood, de 66 anos, morreu por injeção letal na prisão estadual de Florença por sua condenação pelo assassinato de Vicki Lynne Hoskinson, disse o procurador-geral do Arizona, Mark Brnovich , em um comunicado.
Vicki desapareceu depois de deixar sua casa em Tucson para deixar um cartão de aniversário em uma caixa de correio próxima em setembro de 1984. Seu corpo foi encontrado no deserto em abril de 1985.
A Suprema Corte dos EUA abriu caminho para a execução de Atwood na manhã de quarta-feira, depois de rejeitar um recurso final de seus advogados. Ele morreu às 10h16 (horário local), disse Brnovich.
Na terça-feira, o Departamento de Correções do estado permitiu que Atwood, que se converteu à Igreja Ortodoxa Grega na prisão, fosse visitado por conselheiros religiosos, disse o advogado de Atwood, Joseph Perkovich, ao Arizona Republic .
Atwood foi acompanhado durante o processo de preparação para a injeção letal por um padre, disseram testemunhas da execução em uma entrevista coletiva após a execução. Ele alegou inocência, mas não abordou o assassinato com suas últimas palavras.
As testemunhas disseram que ele agradeceu ao padre por “ter vindo hoje e me pastorear na fé” e acrescentou: “Eu rezo para que o Senhor tenha misericórdia de todos nós e que o Senhor tenha misericórdia de mim”.
Na quarta-feira, testemunhas disseram que o processo de instalação de IVs em Atwood para a injeção ocorreu sem problemas, embora a equipe médica não tenha conseguido localizar uma veia em seu braço direito e colocar o IV em sua mão direita, por sugestão de Atwood.
A mãe da menina, Debbie Carlson, também foi testemunha da execução e disse a repórteres após a morte de Atwood que “Vicki era uma garotinha vibrante com uma risada contagiante e um sorriso que derreteria seu coração”.
Carlson acrescentou: “Seus olhos azuis reais refletiam uma velha alma de sabedoria, e seu nariz sardento era único e somos abençoados por vê-lo em nossos netos hoje conhecido como Dennis, a ameaça, rindo o tempo todo.”
Juízes nas últimas semanas rejeitaram as tentativas dos advogados de Atwood de adiar a execução.
Os advogados de Atwood argumentaram que sua condição degenerativa da coluna tornaria terrivelmente doloroso para ele ser amarrado nas costas a uma maca, onde os presos ficam deitados enquanto recebem injeções letais. Os advogados também questionaram se as autoridades estaduais cumpriram a exigência de que a data de validade da droga para injeção letal fosse posterior à data de execução.
Os promotores alegaram que Atwood estava tentando adiar indefinidamente sua execução por meio de manobras legais, dizendo que sua dor seria aliviada ao escondê-lo com um travesseiro na maca, que tem uma função basculante. Lupita Murillo, uma repórter da KVOA-TV que testemunhou a execução, disse que Atwood não reclamou de dores nas costas durante o processo para prepará-lo para a injeção letal.
Os advogados de Atwood também disseram à Suprema Corte em documentos judiciais que o fator agravante que tornou seu crime elegível para a pena de morte foi aplicado de forma inválida. Ele foi condenado em 1975 na Califórnia por conduta lasciva e lasciva com uma criança menor de 14 anos e foi condenado pelo assassinato de Vicki em 1987. Os juízes rejeitaram esse argumento legal no passado.
As autoridades disseram que Atwood sequestrou Vicki, cujos restos foram descobertos no deserto a noroeste de Tucson. Os especialistas não conseguiram determinar a causa da morte a partir dos restos mortais, de acordo com registros do tribunal.
Atwood é o segundo preso do Arizona a ser condenado à morte em menos de um mês. A execução de Clarence Dixon no mês passado encerrou a suspensão das execuções do Arizona que foi atribuída à dificuldade de obter drogas injetáveis letais e críticas de que uma execução de 2014 no estado foi mal feita.
Os oponentes da pena de morte temem que o Arizona comece agora a executar um fluxo constante de presos que definharam no corredor da morte, mas as autoridades estaduais não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre seus futuros planos de execução. Nenhuma outra execução foi agendada até agora no Arizona, que tem 111 presos no corredor da morte.
