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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy , “não queria ouvir” os avisos sobre a invasão russa, segundo o presidente dos EUA, Joe Biden.
Falando em uma recepção de arrecadação de fundos em Los Angeles na sexta-feira (10), Biden disse que “não havia dúvida” que Vladimir Putin planejava “entrar”.
“Nada assim aconteceu desde a Segunda Guerra Mundial”, disse ele aos doadores. “Eu sei que muitas pessoas pensaram que talvez eu estivesse exagerando.
“Mas eu sabia que tínhamos dados para sustentar que [Putin] iria entrar, fora da fronteira. Não havia dúvida… e Zelenskiy não queria ouvir.”
Biden estava falando sobre seu trabalho para reunir e solidificar o apoio à Ucrânia enquanto a guerra continua em seu quarto mês.
No entanto, apesar do apoio contínuo do Ocidente à Ucrânia e Zelenskiy, um ex-chefe do exército britânico acusou os líderes de não terem uma estratégia de longo prazo no conflito.
O general Lord Richards disse que o governo britânico adotou uma estratégia de “vamos ver como corre” e não estava mostrando “decisão”.
Escrevendo no Daily Telegraph , ele disse: “Existe, na melhor das hipóteses, o que pode ser chamado de estratégia incremental, novamente sem sincronização precoce e decisiva de fins, caminhos e meios. É uma estratégia do tipo ‘vamos ver como vai ser’, em outras palavras, não é realmente uma estratégia.
“Ainda há pouca ideia em Londres, Washington ou em outros lugares de como ‘nós’ queremos que a guerra se desenrole, ou que tipo de Rússia estamos tentando moldar, especialmente na questão vital de longo prazo das relações com a China.”
Ele disse que os líderes deveriam considerar se havia uma oportunidade de “persuadir uma Rússia enfraquecida a se alinhar com o Ocidente” em vez de serem atraídos para a influência da China.
“A Grã-Bretanha continua sendo uma das principais economias e potências militares do mundo, mesmo que seja uma potência estratégica decididamente regional nos dias de hoje”, acrescentou.
“Estratégia é sobre escolhas e quanto mais escolhas alguém precisa fazer para equilibrar os fins, formas e meios ao perseguir o interesse nacional, mais informados eles precisam estar.”
Zelenskiy disse no sábado que a Ucrânia está a caminho de vencer a guerra com a Rússia, já que os combates se concentram em uma cidade-chave no leste.
As forças russas têm tentado tomar Sievierodonetsk em um avanço para o leste, transformando-o em uma das batalhas mais sangrentas do conflito até hoje.
“Definitivamente vamos prevalecer nesta guerra que a Rússia começou”, disse Zelenskiy em uma conferência em Cingapura por videoconferência. “É nos campos de batalha na Ucrânia que as futuras regras deste mundo estão sendo decididas.”
Mas as forças de nenhum dos lados até agora conseguiram roubar uma marcha, apesar dos ferozes combates de rua, que reduziram grande parte da cidade a escombros, informou a agência de notícias Reuters.
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse no sábado que as forças russas não haviam feito avanços no sul da cidade até sexta-feira.
“Intensos combates de rua a rua estão em andamento e ambos os lados provavelmente estão sofrendo um alto número de baixas”, disse o ministério em uma atualização de inteligência postada no Twitter.
Dirigindo-se ao evento Diálogo Shangri-La de um local secreto em Kyiv, Zelenskiy disse que é crucial que as nações que enviam ajuda não desistam.
Ele disse que a Rússia está bloqueando os portos do Mar Negro e do Mar de Azov, impedindo a Ucrânia de exportar alimentos para o resto do mundo.
Isso ocorre quando o governador de Luhansk, Serhiy Haidai, disse que os russos estavam no controle da maior parte da cidade, após dias de avanços e recuos lentos de ambos os lados em um conflito que um oficial militar ucraniano disse ter se tornado “uma guerra de artilharia”.
Enquanto isso, o prefeito de Mariupol disse que os sistemas de saneamento estavam quebrados e cadáveres estavam apodrecendo nas ruas da cidade do sul, dizimada pelo bombardeio russo.
O gabinete do procurador-geral da Ucrânia disse no Telegram que pelo menos 287 crianças morreram na guerra até agora, depois de ter dito que soube da morte de mais 24 crianças em Mariupol.
