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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a atacar a Grécia por conta de sua gestão do fluxo migratório durante uma conferência parlamentar nesta segunda-feira (20) e acusou o governo de “perseguir e matar” os deslocados que chegam às fronteiras.
“Quase todos os dias, as forças de segurança da Grécia perseguem, derrubam, espancam e, às vezes, matam migrantes. Acolhem poucos milhares de refugiados e os utilizam como material publicitário, mas não assumem as responsabilidades para as crises que causam”, acusou o mandatário.
Erdogan fez críticas a como os “países ricos” gerem a questão migratória e elogiou seu próprio governo como um “exemplo” de acolhimento aos deslocados.
A Turquia é o país que mais abriga migrantes, refugiados e deslocados no mundo, com cerca de cinco milhões de pessoas. Desse número, cerca de 3,7 milhões são sírios que fogem da guerra que atinge o país desde 2011.
No ápice da crise migratória na União Europeia, em 2015, a chamada “rota balcânica”, quando os sírios cruzavam a fronteira entre Turquia e Grécia e seguiam em direção ao norte da Europa pelos Bálcãs, foi atravessada por milhões de pessoas.
Em 2016, um acordo entre o bloco e Ancara faz com que a UE começasse a enviar fundos para ajudar os turcos na gestão dos migrantes que, ao invés de entrar no países europeus, são acolhidos nas cidades da Turquia.
Em 2020, reportagens internacionais acusaram os policiais gregos e as autoridades do país de roubarem pertences dos deslocados, além de ter um centro de detenção “secreto” onde eles eram agredidos. O governo grego sempre negou as acusações.
Em agosto do ano passado, com a retomada do poder pelo grupo fundamentalista Talibã no Afeganistão, a Grécia ergueu uma barreira de 40 quilômetros na fronteira para evitar a chegada dos afegãos que fugiam do regime extremista.
E, em fevereiro deste ano, o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, criticou o tratamento dado para os migrantes nas fronteiras europeias. Segundo depoimentos recolhidos pela agência, os estrangeiros sofrem “práticas deploráveis e que agora correm o risco de se tornarem normais” não apenas na Grécia, mas em outras nações.
*Com informações de Ansa