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A Ucrânia e a Rússia assinaram um acordo, apoiado pela ONU, para permitir a exportação de milhões de toneladas de grãos ucranianos de portos bloqueados do Mar Negro. A decisão evita uma possível crise alimentar global catastrófica.
O anúncio com a confirmação foi feita pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
A cerimônia de assinatura no Palácio Dolmabahçe, em Istambul, contou com a presença de Guterres, Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia, que desempenhou um papel fundamental durante meses de negociações tensas, e autoridades russas e ucranianas.
Espera-se que o acordo garanta a passagem de grãos e bens essenciais, como óleo de girassol, de três portos ucranianos, incluindo Odesa, mesmo com a guerra continuando em outras partes do país. A ONU havia alertado que a guerra arriscava desnutrição em massa, fome e fome.
O acordo também visa garantir a passagem segura de produtos fertilizantes fabricados na Rússia, essenciais para garantir altos rendimentos futuros nas lavouras, em meio aos esforços para aliviar uma crise alimentar global provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Autoridades da ONU disseram esperar que os embarques preliminares possam começar no sábado, com a esperança de atingir os níveis de exportação pré-guerra dos três portos ucranianos – uma taxa de 5 milhões de toneladas de grãos por mês – dentro de semanas.
De acordo com funcionários da ONU, sob o acordo firmado entre Kyiv e Moscou:
- Uma coalizão de funcionários turcos, ucranianos e da ONU monitorará o carregamento de grãos em navios nos portos ucranianos antes de navegar por uma rota pré-planejada pelo Mar Negro, que continua fortemente minado por forças ucranianas e russas.
- Os navios-piloto ucranianos guiarão os navios comerciais que transportam os grãos para navegar pelas áreas minadas ao redor da costa usando um mapa de canais seguros fornecido pelo lado ucraniano.
- Os navios cruzarão o Mar Negro em direção ao estreito de Bósforo, na Turquia, enquanto são monitorados de perto por um centro de coordenação conjunto em Istambul, contendo representantes da ONU, Ucrânia, Rússia e Turquia.
- Os navios que entram na Ucrânia serão inspecionados sob a supervisão do mesmo centro de coordenação conjunta para garantir que não estejam carregando armas ou itens que possam ser usados para atacar o lado ucraniano.
- Os lados russo e ucraniano concordaram em reter ataques a qualquer um dos navios comerciais ou portos envolvidos na iniciativa de transportar grãos vitais, enquanto monitores da ONU e da Turquia estarão presentes nos portos ucranianos para demarcar as áreas protegidas pelo acordo.
Guterres disse que um acordo desse tipo entre dois países em guerra é “sem precedentes” e que “traria alívio para os países em desenvolvimento à beira da falência e as pessoas mais vulneráveis à beira da fome”.
“E ajudará a estabilizar os preços globais dos alimentos, que já estavam em níveis recordes antes mesmo da guerra – um verdadeiro pesadelo para os países em desenvolvimento”, acrescentou.
O acordo é produto de meses de negociações constantes e difíceis entre funcionários da ONU e importantes autoridades russas e ucranianas, que abordaram o assunto pela primeira vez em abril.