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Um promotor do Peru pediu 29 anos de prisão para a ex-prefeita de Lima, Susana Villarán, a quem acusa de lavagem de dinheiro em um caso ligado ao escândalo de corrupção da Odebrecht.
O pedido foi feito pelo Ministério Público na quinta-feira (25). “A promotoria pediu contra Villarán uma pena de 29 anos de prisão, pela suposta formação de uma organização criminosa que recebeu mais de 10 milhões de dólares em pagamentos ilegais das construtoras Odebrecht e OAS para continuar no comando do município”, afirmou a instituição em sua conta no Twitter.
A acusação criminal foi apresentada ao Tribunal Superior Nacional de Justiça Criminal pelo promotor José Domingo Pérez, da equipe especial da Lava-Jato no Peru, que investiga o caso há 5 anos.
A acusação contra Villarán, prefeita entre 2011 e 2014, é “pelos crimes de associação criminosa, conluio, lavagem de dinheiro, falsidade genérica e falso testemunho em procedimento administrativo”, disse a promotoria.
O Tribunal deve agora analisar os autos e definir uma data de início do julgamento, que pode levar meses.
Villarán, 73 anos, está em liberdade condicional desde maio de 2021, depois de passar um ano em prisão preventiva e ser liberada devido à pandemia.
Em 2019, a ex-prefeita admitiu que as empresas brasileiras Odebrecht e OAS financiaram uma campanha contra a cassação de seu mandato movida pela oposição em 2013.
No entanto, de acordo com ela, a contribuição foi de quatro milhões de dólares, valor que difere dos 10 milhões alegados pelo MP.
O ex-presidente da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, disse aos promotores peruanos que a empresa contribuiu para essa campanha porque temia que, se ela fosse destituída, as obras que a empresa realizava para a cidade seriam prejudicadas.
O depoimento de Barata faz parte de um acordo de colaboração firmado entre a Odebrecht e o Ministério Público peruano.
A prefeitura de Lima administra um grande orçamento para contratos de obras públicas. O Peru é um dos países na mira da operação ‘Lava-Jato’, que descobriu um esquema de pagamentos de propinas a políticos, em troca da concessão de obras públicas dentro e fora do Brasil.
Em 2016, a Odebrecht admitiu para autoridades americanas que pagou 29 milhões de dólares em propinas no Peru entre 2005 e 2014.