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Centenas de crianças já morreram em centros de nutrição na Somália. O anúncio foi feito nesta terça-feira (06) por Wafaa Saeed, representante da agência da ONU para crianças (UNICEF) na Somália, em entrevista coletiva.
“Cerca de 730 crianças morreram em centros de alimentação e nutrição em todo o país entre janeiro e julho deste ano, mas os números podem ser maiores, já que muitas mortes não são relatadas”, disse Saeed.
Na segunda-feira (05), o diretor do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU, Martin Griffiths, declarou ao público algumas projeções que indicam que a fome atingirá as regiões de Baidoa e Burhakaba, no centro-sul da Somália, entre outubro e dezembro.
Griffiths disse estar profundamente chocado com o nível de dor e sofrimento que tantos somalis suportam. Ele afirmou que viu “crianças tão desnutridas que mal conseguiam falar” durante sua visita a Baidoa, o epicentro da catástrofe iminente.
As condições extremas podem prosseguir ao menos até março de 2023. A região do Chifre da África está a caminho do quinto momento consecutivo de chuvas fracassadas.
A fome em 2011 na Somália custou mais de um quarto de milhão de vidas, a maioria crianças.