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Armas nucleares estratégicas russas podem ser implantadas em Belarus junto com parte do arsenal nuclear tático da Rússia, disse o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko nesta sexta-feira (31), aumentando sua retórica em meio às tensões com o Ocidente sobre a guerra do Kremlin na Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na semana passada que seu país planeja implantar armas nucleares táticas, comparativamente de curto alcance e de pequeno rendimento na Bielo-Rússia.
As armas nucleares estratégicas, como ogivas de mísseis que Lukashenko mencionou durante seu discurso sobre o estado da nação, representariam uma ameaça ainda maior, se Moscou as transferisse para o território de seu vizinho e aliado.
A Bielorrússia foi um palco para as tropas russas lançarem a invasão da Ucrânia há pouco mais de 13 meses. Lukashenko, no cargo desde 1994, fez seu discurso anual em meio a crescentes tensões sobre o conflito na Ucrânia.
Tanto ele quanto Putin alegaram que as potências ocidentais querem arruinar a Rússia e a Bielo-Rússia.
“Putin e eu decidiremos e introduziremos aqui, se necessário, armas estratégicas, e eles devem entender isso, os canalhas do exterior, que hoje estão tentando nos explodir por dentro e por fora”, disse o líder bielorrusso. “Soberania e independência por todos os meios necessários, inclusive por meio do arsenal nuclear”.
Enquanto Putin enfatizou que a Rússia manterá o controle sobre as armas nucleares táticas estacionadas na Bielo-Rússia, Lukashenko acusou que ele também terá uma palavra a dizer.
“Não diga que vamos apenas cuidar deles, e essas não são nossas armas”, disse ele. “Essas são nossas armas e elas contribuirão para garantir a soberania e a independência”.