O primeiro trimestre deste ano foi o mais mortífero para os migrantes que atravessam o Mediterrâneo Central desde 2017. Segundo um relatório da ONU, divulgado esta quarta-feira, mais de 400 migrantes morreram enquanto tentavam chegar à Europa entre janeiro e março deste ano. Face ao número crescente de migrantes, o Governo italiano declarou esta quarta-feira estado de emergência.

Segundo a Organização Internacional para Migração (OIM), 441 migrantes morreram entre janeiro e março deste ano enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo desde o norte de África para a Europa, naquela que é considerada a rota de migração mais mortal do mundo.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

“Com mais de 20.000 mortes registadas nesta rota desde 2014, temo que essas mortes tenham sido normalizadas”, afirmou o diretor-geral da OIM, António Vitorino.

“A persistência da crise humanitária na região central do Mediterrâneo é inaceitável”, sublinhou.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

De acordo com o relatório, cerca de metade destas mortes estão relacionadas com atrasos nos esforços de resgate por parte dos diferentes países. Este foi o motivo de seis incidentes este ano, que levaram à morte de pelo menos 127 migrantes. A ausência de qualquer missão de resgate foi a causa de um sétimo acidente, que matou pelo menos 72 migrantes.

“Os Estados devem responder. Atrasos e lacunas nas operações de busca e salvamento estão a custar vidas humanas”, alerta o diretor-geral da OIM.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Para a organização das Nações Unidas, o número de mortes nos primeiros três meses do ano “são provavelmente uma subestimação do verdadeiro número de vidas perdidas no Mediterrâneo Central”.

O projeto “Missing Migrants” da agência da ONU está a investigar vários casos de “naufrágios invisíveis” – casos de barcos que são dados como desaparecidos, onde não há vestígios de sobreviventes. Cerca de 300 pessoas a bordo destes barcos ainda estão desaparecidas.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Itália declara estado de emergência

As autoridades italianas declararam esta quarta-feira estado de emergência em resposta ao “aumento acentuado” da chegada de migrantes àquele país.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Segundo a OIM, só no fim de semana da Páscoa, três mil migrantes chegaram a Itália, “elevando o número total de chegadas desde o início do ano para 31.192 pessoas”.

As chegadas de migrantes à Itália aumentaram acentuadamente em comparação com o mesmo período do ano passado, apesar dos esforços do Governo de extrema-direita Giorgia Meloni para reprimir a migração irregular.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Cerca de 2000 pessoas chegaram à ilha italiana de Lampedusa durante o fim de semana da Páscoa. A guarda costeira resgatou ainda cerca de 800 pessoas de um barco de pesca na costa da Sicília. A ONG Sea-Watch Italy disse ainda à Deutsche Welle que uma embarcação com 400 migrantes está à deriva em Malta.

O ministro italiano do Mar e Proteção Civil, Nello Musumeci, falou de um aumento de 300% nos fluxos de migrantes e disse que era uma “emergência absoluta” que colocava em risco a infraestrutura da Itália. “Estamos a falar de um fenómeno nunca visto no passado. As ilhas sozinhas não conseguem fazer face a este estado de emergência”, afirmou.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

O estado de emergência vigorará por seis meses e desbloqueará cinco milhões de euros para as regiões a sul do país que lidam com a crise migratória.

Nello Musumeci alerta, porém, que o estado de emergência “não resolve o problema” e que “a solução só pode depender de uma intervenção responsável da União Europeia”.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

O diretor-geral da OIM pede uma “coordenação pró-ativa” dos vários países nos esforços de busca e resgate, salientando que “salvar vidas é uma obrigação legal dos Estados”.

“Guiados pelo espírito de partilha de responsabilidade e solidariedade, pedimos aos Estados que trabalhem juntos e trabalhem para reduzir a perda de vidas nas rotas de migração”, apela António Vitorino.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

*Com informações de Agência RTP