A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou na sexta-feira (5) que os preços globais dos alimentos cresceram em abril pela primeira vez em um ano.
O índice de preços, que acompanha as commodities alimentares mais negociadas globalmente, teve média de 127,2 pontos no mês passado, ante 126,5 em março.
“A ligeira recuperação do FFPI (Índice de Preços de Alimentos da FAO) em abril foi liderada por um forte aumento no índice de preços do açúcar, juntamente com uma alta no índice de preços da carne, enquanto os índices de preços de cereais, laticínios e óleos vegetais continuaram caindo ”, disse a FAO.
De acordo com o relatório, o índice de preços do açúcar subiu 17,6% em relação a março, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2011. O aumento foi supostamente relacionado a preocupações com a oferta mais apertada após revisões para baixo nas previsões de produção para Índia e China, juntamente com preços abaixo do esperado na produção esperada na Tailândia e na União Europeia.
O índice de preços da carne subiu 1,3% em relação a março, enquanto os preços dos laticínios caíram 1,7%. Os preços do óleo vegetal também caíram 1,3%, marcando a quinta queda mensal consecutiva.
O índice de preços dos cereais caiu 1,7%, com uma queda nos preços mundiais de todos os principais grãos, superando o aumento nos preços do arroz.
“O aumento dos preços do arroz é extremamente preocupante e é essencial que a iniciativa do Mar Negro seja renovada para evitar outros picos de trigo e milho”, disse o economista-chefe da FAO, Maximo Torero.
O relatório da FAO indicou que os preços internacionais do trigo caíram 2,3% em abril, para o nível mais baixo desde julho de 2021, impulsionados principalmente pelas grandes disponibilidades exportáveis na Rússia e na Austrália.
De acordo com o órgão da ONU, as condições favoráveis das safras na Europa, juntamente com um acordo no final de abril que permite o trânsito de grãos ucranianos por países da União Europeia que impuseram restrições à importação no início do mês, também contribuíram para o “tom geral mais suave nos mercados .”
Enquanto isso, Torero projetou que, à medida que as economias globais “se recuperam de desacelerações significativas, a demanda aumentará, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos”.
