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Um documento confidencial do governo ucraniano enviado aos seus aliados ocidentais em agosto revelou que os drones kamikaze iranianos utilizados nos recentes ataques a cidades ucranianas contêm componentes europeus.
De acordo com o documento obtido pelo jornal The Guardian, intitulado “Mortes por Bombardeios: Relatório de Drones Shahed-136/131”, mais de 600 ataques a cidades usando veículos aéreos não tripulados (UAVs) incorporando tecnologia ocidental foram realizados nos três meses anteriores.
O documento detalha que o modelo Shahed-131 continha 52 componentes elétricos de empresas ocidentais, e o modelo Shahed-136 continha 57, incluindo peças de cinco empresas europeias.
Entre os fabricantes estão empresas sediadas nos países da coligação de sanções: Estados Unidos, Suíça, Holanda, Alemanha, Canadá, Japão e Polônia.
Além disso, o documento sugere que o Irã, apesar de ter diversificado a produção através de uma fábrica síria, está agora a transferir a produção de drones para a Rússia, particularmente para a região de Alabuga.
O regime persa está a tentar distanciar-se do fornecimento direto de armas à Rússia devido ao aumento da procura e à intensidade da sua utilização na Ucrânia.
O relatório também propõe possíveis ações por parte dos aliados da Ucrânia, incluindo ataques de mísseis contra fábricas de produção de drones no Irão, na Síria e num possível local na Rússia.
No entanto, ele reconhece que estas ações exigiriam a ajuda de aliados.
O texto tem o cuidado de não sugerir que as empresas ocidentais envolvidas tenham agido de má-fé, pois reconhecem que os componentes fazem parte de fornecimentos mal controlados.
Além disso, os dados aduaneiros indicam que a maioria das importações para o Irão provém de países terceiros como a Turquia, a Índia, o Cazaquistão, o Usbequistão, o Vietname e a Costa Rica.
O documento também fornece uma análise da evolução das táticas russas de drones desde o primeiro uso de drones iranianos em setembro de 2022.
Por exemplo, eles observam que uma pausa nos ataques de 17 de novembro a 7 de dezembro foi provavelmente devido à adaptação dos drones ao Inverno ucraniano, indicando uma possível colaboração entre a Rússia e o Irão na produção de drones.
Detalham ainda que as entregas do Irã para a Rússia ocorrem através do Mar Cáspio e que a destruição das marcas dos componentes eletrônicos dos drones e o uso de nomes como Geranium-1 e Geranium-2 sugerem tentativas de ocultar o papel do Irão.
Em julho, um mês antes do envio do relatório, o Conselho da União Europeia tinha adotado novas sanções contra o Irão “tendo em conta o apoio militar do Irão à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, que incluíam proibições de exportação para o Irão de componentes habitualmente utilizados na construção de drones.
Estas sanções foram adotadas depois de repetidos relatos de que os drones continham peças do Ocidente. Um drone abatido em Mykolaiv em julho tinha as palavras “Made in Ireland” claramente visíveis no seu motor, e empresas americanas também foram apontadas como fonte dos componentes.