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O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, criticou duramente a atuação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira, 30, durante uma reunião do órgão para discutir a guerra no Oriente Médio.
“O Conselho fez reuniões, escutou os discursos e não tomou nenhuma decisão fundamental para colocar fim ao sofrimento humano das pessoas na Faixa de Gaza. Fracassamos vergonhosamente”, disse Vieira.
O chanceler atribuiu a culpa desse impasse aos membros permanentes do Conselho, que utilizam o órgão para defender seus próprios interesses. “Não conseguimos prosseguir devido aos impasses dos membros permanentes e graças ao uso persistente do conselho para defesa de seus interesses próprios ao invés de colocar, acima de tudo, a proteção de civis”, disse.
Vieira destacou que a crise humanitária no Oriente Médio é grave e sem precedentes, e que o Conselho de Segurança não está cumprindo com sua responsabilidade de garantir a segurança internacional. “Se não atuarmos agora, mais quantas vidas vamos perder?”, questionou.
Desde que a guerra no Oriente Médio começou, quatro resoluções para o conflito foram apresentadas à ONU, mas todas foram rejeitadas. A do Brasil foi a que ficou mais perto de ser aprovada, com 12 votos a favor, 2 abstenções e 1 voto contra, dos Estados Unidos.
O chanceler brasileiro também enfatizou que a situação no Oriente Médio é apenas uma das que estão bloqueadas no Conselho de Segurança, o que indica a “ineficácia do sistema de governança”.
“Se continuarmos fracassando, isso vai gerar um preço ainda mais alto de vida humanos, mas também será um fracasso para o multilateralismo e as nações unidas, em especial para esse conselho”, afirmou Vieira.