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O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou neste domingo um balanço de 64 mortos pelos incêndios florestais que atingem a região de Valparaíso, no centro do país, afirmando que esse número aumentará significativamente.
“Infelizmente, posso confirmar que há 64 mortos. Essa cifra vai crescer, sabemos que vai crescer significativamente”, disse o presidente de Quilpué, zona de colinas povoadas nos arredores de Viña del Mar, a cerca de 90 km a noroeste de Santiago.
As autoridades já consideram esse o maior desastre natural desde o terremoto de 2010, que deixou 525 mortos e milhares de feridos no sul.
Boric, que decretou estado de emergência na região na sexta-feira para mobilizar os recursos necessários, chegou neste domingo para avaliar no local a magnitude da catástrofe. A prefeita de Viña del Mar, uma das cidades mais afetadas pelo fogo, disse que a prefeitura tem um cadastro provisório de 372 pessoas desaparecidas, o que não significa que todas estejam mortas, mas dá uma ideia da magnitude da tragédia.
Segundo o último relatório da Corporação Nacional Florestal, há pelo menos sete incêndios ativos atualmente em Valparaíso, sendo o de maior magnitude o da Reserva Lago Peñuelas/Las Tablas, ao lado da principal autopista da região, que já queimou cerca de 9.300 hectares.
Este incêndio, junto com o que ocorre em Lo Moscoso, com 1.350 hectares queimados, preocupa especialmente pela sua virulência e proximidade a áreas densamente povoadas. O diretor do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred), Álvaro Hormazábal, afirmou na manhã de domingo que as condições climáticas podem melhorar ligeiramente nas próximas horas, facilitando o combate aos incêndios.
“A partir de hoje ou amanhã teremos a vaga costeira (…) Já poderíamos ter alguma nebulosidade na costa, o que aumenta a umidade e permite reduzir um pouco a intensidade do fogo”, indicou Hormazábal.
Para facilitar os trabalhos de resgate e liberar as vias de evacuação, o governo chileno decretou um toque de recolher noturno que pode se estender também para a noite de domingo nas áreas que ainda não foram evacuadas nas localidades de Quilpué, Villa Alemana, Limache e Viña del Mar.
O governador da região, Rodrigo Mundaca, anunciou em uma coletiva de imprensa após uma reunião entre autoridades e instituições regionais que há “unanimidade de critérios” em manter a medida, embora ainda seja necessário definir o horário.
Mundaca reiterou ainda que está sendo investigada a possibilidade de os incêndios terem sido intencionais, pois muitos deles surgiram simultaneamente.
“Não sabemos se isso é uma banda organizada ou se são piromaníacos, será a justiça que determinará, estão procurando os culpados”, acrescentou.
Os testemunhos comoventes de vítimas que perderam casa e família, assim como as imagens de chamas cobrindo colinas povoadas em Viña del Mar, na região de Valparaíso, levaram o papa Francisco a se referir a esta catástrofe chilena.
Assomado à janela do palácio apostólico, o pontífice pediu orações “pelos mortos e feridos nos devastadores incêndios no Chile”, após o Ângelus dominical na praça de São Pedro.
Os incêndios florestais começaram na metade da semana passada no centro e sul do país, ao mesmo tempo que chegava uma onda de calor extremo. Vários desses incêndios foram reativados de maneira muito agressiva e rápida na sexta-feira à tarde, ameaçando milhares de pessoas que vivem em colinas áridas na região de Valparaíso.
Embora o Chile tenha vivido um dos invernos mais chuvosos dos últimos 15 anos, os especialistas alertam há meses que a seca não foi erradicada e que há uma grande probabilidade de desenvolvimento de vegetação fina e morta na zona centro-sul, facilmente inflamável, somando-se ao impacto de um modelo florestal baseado no monocultivo de pinho e eucalipto.
(Com informações de agências internacionais)