A agência estatal de notícias Télam foi suspensa temporariamente por uma semana pelo governo argentino. A medida, tomada na madrugada de segunda-feira, foi recebida com protestos por parte de jornalistas e manifestantes.
A suspensão, anunciada por e-mail aos funcionários, ocorre em resposta à promessa do presidente Javier Milei de fechar a empresa de 78 anos, alegando que ela é um instrumento de “propaganda”.
Funcionários dispensados e site fora do ar
Os cerca de 700 funcionários da Télam foram informados que estão “dispensados” do trabalho por sete dias, com remuneração. O site da agência também saiu do ar na segunda-feira, exibindo uma mensagem de “página em reconstrução”.
O porta-voz presidencial Manuel Adorni negou que a suspensão tenha relação com o pluralismo de informação ou a liberdade de imprensa. Afirmou que a Télam teve um prejuízo de 20 bilhões de pesos este ano e que a decisão está alinhada com a promessa de Milei de minimizar o papel do Estado.
Jornalistas e manifestantes se reuniram em frente à sede da agência em Buenos Aires para repudiar a medida. Cartazes com os dizeres “Télam não fecha” expressaram o apoio à agência. Manifestantes se reuniram ao redor da sede da agência em Buenos Aires para repudiar a medida com um “abraço simbólico” no prédio.
O presidente Milei, autodenominado “anarco-capitalista”, assumiu o cargo em dezembro com a promessa de reduzir ao mínimo a intervenção estatal. A suspensão da Télam é vista como uma das primeiras medidas nesse sentido.
Ainda não está claro o que o futuro reserva para a Télam. A suspensão por uma semana pode ser apenas o primeiro passo para o fechamento definitivo da agência, como prometido por Milei.
