Os Estados Unidos vão desenvolver um novo “avião do juízo final”, destinado a permitir que o presidente continue liderando o país em caso de guerra nuclear ou outro grande desastre que destrua os centros de comando e controle no solo, anunciou a Força Aérea.
Um contrato de US$ 13 bilhões para o projeto Centro de Operações Aéreas Sobreviventes (SAOC, na sigla em inglês) foi concedido à Sierra Nevada Corp, conforme anunciado por um porta-voz da Força Aérea dos Estados Unidos em um comunicado na sexta-feira.
O trabalho no novo avião militar estratégico de comando e controle será realizado nas instalações da empresa no Colorado, Nevada e Ohio, conforme consta no comunicado. O prazo para o projeto é 2036, acrescentou.
Segundo o porta-voz, o SAOC será baseado em um jato comercial derivado, que será reforçado e modificado para atender aos padrões do Pentágono.
“O desenvolvimento deste sistema de armas crítico para a segurança nacional garante que a capacidade de comando, controle e comunicações nucleares do departamento seja operacionalmente relevante e segura nas próximas décadas”, diz o comunicado.
O SAOC tem a intenção de substituir os antigos aviões E-4B Nightwatch ou o Centro Nacional de Operações Aéreas que a Força Aérea dos Estados Unidos está usando atualmente.
Os E-4Bs, baseados em um jato Boeing 747, estão em serviço desde meados da década de 1970. Espera-se que os aviões sejam aposentados no início da década de 2030. Segundo a Reuters, tem se tornado cada vez mais difícil manter as aeronaves à medida que as peças para elas se tornam obsoletas.
A Força Aérea dos Estados Unidos opera atualmente quatro “aviões do juízo final”, com pelo menos um deles estando constantemente em alerta. Os E-4Bs possuem equipamentos de comunicação avançados, são capazes de reabastecer no ar e podem resistir a explosões nucleares e vários efeitos eletromagnéticos.
A Rússia também possui quatro “aviões do juízo final”, baseados no jato Ilyushin Il-80. As aeronaves realizaram seu primeiro voo em 1985, mas seus equipamentos de comunicação foram atualizados nos últimos anos. Uma fonte disse à RIA-Novosti em 2022 que os aviões agora podem trocar dados com submarinos nucleares russos.
