O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou neste domingo, em um encontro com tropas implantadas na Faixa de Gaza, que Israel está “avaliando uma alternativa de governo ao Hamas” no enclave palestino e não permitirá que o grupo terrorista permaneça no poder após o conflito.
“Galisaremos áreas (em Gaza), expulsaremos os membros do Hamas dessas áreas e traremos outras forças que permitirão a formação de um governo alternativo”, disse Gallant sem fornecer mais detalhes, referindo-se a essa liderança como uma “alternativa que ameaça” a organização islâmica.
Além disso, Gallant afirmou que a incursão terrestre e aérea em Rafah, sul do enclave, serviu para destruir as “vias” que conectam Gaza ao Egito, usadas para contrabando de armas, o que ajudará a impedir que o Hamas se recupere.
O ministro da Defesa insistiu que a atual ofensiva em Gaza, juntamente com a criação de um governo alternativo, asseguraria dois dos objetivos de Israel na guerra: eliminar o Hamas como autoridade governante e militar na Faixa e o retorno dos 121 reféns que permanecem no território palestino.
“Não aceitaremos o governo do Hamas em Gaza em nenhuma fase de qualquer processo destinado a encerrar a guerra”, disse Gallant, referindo-se às negociações em andamento mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos.
Na sexta-feira passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tornou pública uma proposta de cessar-fogo acordada com Israel, na qual, em três fases, ambas as partes alcançariam o cessar-fogo permanente desejado pelo Hamas e a libertação dos reféns buscada pelo governo de Benjamin Netanyahu.
Hamas exige o compromisso de Israel de “alcançar um acordo que leve a um cessar-fogo abrangente, retirada completa de Gaza, entrada irrestrita de ajuda para abrigar e ajudar os deslocados”, disse Osama Hamdan, alto funcionário do Hamas, ao canal catariano Al Jazeera, na noite passada.
Netanyahu, por sua vez, afirmou por meio de um comunicado de seu escritório nas redes sociais que suas condições para encerrar a guerra – a destruição prévia das capacidades militares e de governo do Hamas, a libertação dos reféns e a garantia de que Gaza não representará mais uma “ameaça” para Israel – não mudarão.
ONU e União Europeia apoiam a nova proposta
Na sexta-feira passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “espera fervorosamente” que a proposta israelense de cessar-fogo em Gaza anunciada por Biden “leve a um acordo entre as partes para uma paz duradoura”.
Em uma breve declaração emitida após perguntas de jornalistas sobre essa proposta, Guterres lembrou que há meses está pedindo três coisas: o cessar-fogo, acesso “pleno e sem restrições” à ajuda humanitária em Gaza e a libertação de todos os reféns nas mãos do Hamas.
Por sua vez, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, recebeu com satisfação na sexta-feira a proposta de roteiro israelense para um cessar-fogo em Gaza anunciada por Biden como uma “oportunidade significativa” para encerrar a guerra.
“Estou totalmente de acordo com Biden de que a última proposta é uma oportunidade significativa para avançar para o fim da guerra e do sofrimento dos civis em Gaza. Este abordagem em três fases é equilibrada e realista. Agora precisa do apoio de todas as partes”, declarou a presidente da Comissão Europeia nas redes sociais.
(Com informações da EFE)
