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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales (2006-2019) afirmou nesta quarta-feira que está ocorrendo um “golpe de Estado” no país, após relatos de um deslocamento “irregular” de tanques e militares fortemente armados em frente à sede do governo na cidade de La Paz.
Morales também convocou uma “mobilização nacional para defender a democracia” e acusou o comandante geral do Exército da Bolívia, Juan José Zuñiga, de liderar a operação militar.
“Um golpe de Estado está em gestação. Neste momento, pessoal das Forças Armadas e tanques estão sendo deslocados na Praça Murillo. Convocaram uma reunião de emergência às 15:00 no Estado-Maior do Exército em Miraflores com uniformes de combate. Convocamos os movimentos sociais do campo e da cidade para defender a democracia”, escreveu Morales em sua conta no X (anteriormente Twitter).
Em outra publicação na rede social, ele acrescentou: “Convocamos uma mobilização nacional para defender a democracia diante do golpe de Estado liderado pelo General Zuñiga. Declaramos greve geral por tempo indeterminado e bloqueio de estradas. Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo”.
Minutos antes, o presidente da Bolívia, Luis Arce, havia denunciado um possível levantamento militar no país. Ele anunciou isso em uma mensagem em sua conta no Twitter: “Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”.
Posteriormente, Morales voltou a publicar no X, denunciando que o Grupo do Regimento Especial de Challapata “Mendez Arcos” havia ocupado a Praça Murillo com atiradores de elite. “Isso parece indicar que eles prepararam o golpe de Estado antecipadamente”, disse ele.
O ex-presidente pediu “ao povo com vocação democrática que defenda a pátria de alguns grupos militares que agem contra a democracia e o povo”.