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O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, considerou nesta segunda-feira que na região há muitos países que podem colaborar para que as eleições de 28 de julho na Venezuela sejam livres e transparentes. O mandatário uruguaio fez esse apelo após assumir a presidência rotativa do Mercosul em nome de seu país, durante o encontro de chefes de estado e chanceleres do mecanismo regional realizado no Paraguai.
“Não quero deixar passar este momento crucial que acontecerá em 28 de julho na América do Sul, que são as eleições na Venezuela. Todos nós temos abordagens diferentes em relação ao governo venezuelano: alguns o consideram uma ditadura; outros não. Mas em prol de ajudar e colaborar, acredito que há países aqui que podem fazer muito nesse processo eleitoral. Pelo bem do povo e para que vença quem tiver que vencer”, disse Lacalle Pou.
E ele acrescentou: “O coração de cada um dirá. Geralmente não interferimos em eleições estrangeiras ou decisões populares de outros países, mas sim que se respeitem os direitos humanos e eleitorais. Então, neste fórum tão importante, pensando no querido povo venezuelano, independentemente da perspectiva com que o olhemos, todos podemos fazer um esforço para que sejam eleições livres, democráticas e para que o povo venezuelano escolha quem vai governar seu destino”.
Além disso, Luis Lacalle Pou afirmou nesta segunda-feira que na reunião semestral do Mercosul “todos os presidentes deveriam estar presentes”, em uma referência velada à ausência de seu homólogo argentino, Javier Milei.
“Se o Mercosul é importante, todos os presidentes deveriam estar aqui. Eu dou importância ao Mercosul e se realmente acreditamos neste bloco, todos deveríamos estar presentes”, afirmou Lacalle Pou em sua intervenção perante os chefes de estado e chanceleres dos países membros: Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia.
No entanto, o presidente admitiu que lhe cabe opinar sobre temas “que lhe são estranhos”.
“Eu opino como presidente membro do Mercosul”, acrescentou Lacalle, cujo país exerce a presidência rotativa do bloco neste semestre.
Nesse sentido, ele defendeu “conceptualmente” a união.
“Nós devemos ser pessoas de união. A regra é nos aproximarmos, o mundo às vezes se encarrega de nos afastar. Mas se realmente queremos deixar de ser a quinta região mais protecionista do mundo, devemos nos unir entre nós e buscar a união com outros blocos”, acrescentou.
Na 64ª cúpula de chefes de estado do Mercosul e estados associados, além de Lacalle Pou, estão presentes os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Bolívia, Luis Arce; e o anfitrião paraguaio, Santiago Peña.
Também participa como convidado o presidente do Panamá, José Raúl Mulino.
A reunião ocorre em meio ao impasse nas negociações para um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), que está sendo negociado há mais de 20 anos e prevê a eliminação da maioria das tarifas entre as duas zonas, criando um espaço comercial com mais de 700 milhões de consumidores.
O acordo enfrenta resistência de alguns países europeus, principalmente da França, cujo setor agrícola teme a concorrência dos produtos agrícolas sul-americanos.
“Deveríamos ter concluído essa negociação no ano passado, quando as condições estavam dadas após tantos anos”, lamentou o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Omar Paganini, no sábado.
Pelo contrário, agora “o panorama para o restante do ano está longe de ser melhor e era previsível”, acrescentou.
O boliviano Luis Arce deve formalizar a entrada de seu país no bloco após ter promulgado a lei de adesão na sexta-feira, dias após ter reprimido o que classificou como uma tentativa de golpe de Estado em La Paz.
(Com informações da EFE)