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As Forças Armadas de Israel anunciaram nesta terça-feira (16) que iniciarão o envio de convocações aos homens judeus ultraortodoxos a partir da próxima semana. Esta decisão pode potencialmente desestabilizar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e provocar novos protestos dentro da comunidade.
O anúncio segue uma decisão sem precedentes do Supremo Tribunal sobre o início do cumprimento do serviço militar obrigatório para jovens religiosos do sexo masculino.
Historicamente isentos devido a acordos políticos anteriores, os homens ultraortodoxos têm sido dispensados do serviço militar obrigatório, o que gerou ressentimento generalizado na população israelense, especialmente após 9 meses de conflito centrado na Faixa de Gaza.
A convocação militar marca o início de um processo de alistamento que pode se tornar complexo caso haja uma recusa em larga escala. Os líderes militares não especificaram quando esperam que os homens ultraortodoxos comecem o serviço militar nem quantos receberão as convocações.
O tribunal considerou discriminatório o sistema de isenção que permite aos homens religiosos estudarem em seminários judaicos enquanto outros são obrigados ao serviço militar.
Líderes ultraortodoxos argumentam que o estudo religioso é crucial para o futuro do país e que seu estilo de vida tradicional estaria em risco se fossem incorporados às Forças Armadas. Netanyahu depende do apoio dos partidos ultraortodoxos, que se opõem a mudanças no sistema atual.
Até o momento, os líderes religiosos não anunciaram quais medidas tomarão, mas a possibilidade de abandonarem a coalizão governamental poderia resultar na queda do governo, levando a eleições antecipadas previstas para 2026.
Além disso, o anúncio militar poderá gerar novos movimentos de protesto. Tentativas anteriores de recrutar homens ultraortodoxos resultaram em protestos em massa dentro das comunidades ultraortodoxas. Hoje, está programada uma manifestação em Bnei Brak, cidade ultraortodoxa próxima a Tel Aviv.
Na noite de segunda, dezenas de ultraortodoxos cercaram veículos de comandantes militares que se reuniam com rabinos em Bnei Brak para discutir a formação de uma unidade ultraortodoxa nas Forças Armadas.
Segundo relatos da mídia israelense, os manifestantes ameaçaram os oficiais, os chamaram de “criminosos” e lançaram garrafas em sua direção.