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A Turquia bloqueou o acesso ao Instagram para seus 85 milhões de habitantes, anunciou a Autoridade de Tecnologia da Informação e Comunicação do país na manhã desta sexta-feira (2).
“O acesso ao Instagram.com foi bloqueado por uma decisão datada de 02/08/2024”, afirmou uma postagem no site da autoridade, segundo a mídia local. De acordo com a mídia turca, há mais de 50 milhões de usuários do aplicativo de compartilhamento de fotos no país.
O governo turco não divulgou o motivo do bloqueio nem a duração. No entanto, relatos sugerem que a medida foi uma resposta à remoção de posts relacionados à morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, pela plataforma pertencente à Meta.
O jornal Daily Sabah, que geralmente segue a linha do governo, publicou em uma manchete que o bloqueio foi devido à “remoção de posts sobre Haniyeh”, referindo-se a publicações de usuários do país expressando condolências pela morte do líder do Hamas na quarta-feira.
Haniyeh, chefe do braço político da organização militante palestina, foi morto em uma explosão em Teerã enquanto visitava o país para a inauguração do novo presidente. Autoridades iranianas e o Hamas culpam Israel pelo que dizem ser um assassinato, enquanto Israel se recusou a comentar.
Fahrettin Altun, chefe de comunicações presidenciais da Turquia e assessor do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, criticou o Instagram na quarta-feira, acusando-o de censura.
Em uma postagem no X lamentando a morte de “nosso querido irmão Ismail Haniyeh”, Altun escreveu: “Também condeno fortemente a plataforma de mídia social Instagram, que está ativamente impedindo as pessoas de postarem mensagens de condolências pela morte do líder do Hamas, Haniyeh, sem citar qualquer violação de política.”
“Isto é censura, pura e simples”, acrescentou. “Vamos defender a liberdade de expressão contra essas plataformas que têm mostrado muitas vezes que estão principalmente a serviço do sistema global de injustiça.”
Ao contrário dos EUA e de muitos de seus aliados ocidentais, a Turquia não considera o Hamas como uma organização terrorista. O governo turco tem sido um crítico vocal da ofensiva militar de Israel em Gaza e da ocupação dos territórios palestinos — embora mantenha relações diplomáticas e econômicas com Israel — e o presidente turco Erdogan descreveu o Hamas como “lutadores pela libertação”.