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Na tarde desta terça-feira (06), o Hamas nomeou o líder linha-dura do grupo terrorista palestino na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, como sua nova liderança máxima. A decisão acontece uma semana após o assassinato de seu antecessor, Ismail Haniyeh, no Teerã, capital do Irã.
Líder do grupo desde 2017, Yahya Sinwar é apontado como o maior responsável pelo ataque contra Israel em 7 de Outubro, quando 1,2 mil pessoas foram mortas e mais de 240 foram sequestradas pelos terroristas palestinos.
“O Movimento de Resistência Islâmica Hamas anuncia a escolha do líder Yahya Sinwar como chefe do gabinete político do movimento”, disse um comunicado do Hamas.
Principal líder do Hamas, Ismail Haniyeh, de 62 anos, foi morto num ataque em 31 de julho. Ele visitava o Irã, um dos aliados mais importantes do grupo terrorista, para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente iraniano.
Segundo a AP, se confirmada a autoria de Israel no ataque, a morte de Haniyeh faz dele o oficial de mais alto nível do Hamas a ser morto por Israel desde os ataques de 7 de Outubro e o início da guerra no enclave.
Conheça Yahya Sinwar, novo líder do Hamas
Yahya Sinwar, de 61 anos, nasceu no campo de refugiados de Khan Younis e se envolveu com a militância armada durante a ocupação israelense da Faixa de Gaza. Sua 1ª prisão ocorreu em 1982, por “atividades islâmicas”, e ele foi detido novamente em 1985.
Naquela época, Sinwar se aproximou do fundador do Hamas, Ahmed Yassin, e assumiu a responsabilidade pela segurança interna do grupo terrorista palestino. Seus alvos incluíam, além de supostos colaboradores de Israel, atividades que considerava imorais, como lojas de material pornográfico. Em 1989, foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios.
Durante seu tempo na prisão, tornou-se fluente em hebraico e, após uma cirurgia para remoção de um tumor cerebral, recebeu uma proposta para colaborar com Israel, a qual recusou.
Em 2011, com a troca de mil palestinos pelo soldado Gilad Shalit – a maior troca de reféns por prisioneiros na história de Israel até então – Sinwar foi libertado e retornou a Gaza como uma figura proeminente do Hamas.
Seis anos depois, em 2017, já constando na lista de terroristas dos EUA, Sinwar foi nomeado chefe do conselho político do Hamas na Faixa de Gaza, sucedendo Ismail Haniyeh, que residia no Catar. Apesar de seu passado rigoroso, que incluía ordens para execuções de adversários mesmo na prisão, os primeiros sinais enviados a Israel eram diferentes. Em 2018, enviou mensagens, inclusive para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, expressando cansaço com a guerra e declarando seu objetivo de transformar Gaza em uma sociedade funcional e pacífica.
Ao longo dos anos, Sinwar manteve contatos indiretos com o governo israelense e com a Autoridade Nacional Palestina, responsável pela Cisjordânia.
Esses contatos resultaram na concessão de permissões para que cerca de 18 mil palestinos de Gaza trabalhassem em Israel.
A mensagem que Sinwar transmitia era de que o Hamas estava mais focado no cotidiano dos mais de dois milhões de habitantes do enclave do que na guerra.